O Cristianismo e a história sempre foram aliados. A
observação de Leopold Von Ranke, de que a história, mais frequentemente do que
a filosofia, convence mais pessoas de que o Cristianismo é verdadeiro,
certamente é confirmada pela visão cristã acerca desta disciplina. A Bíblia
contém muito mais história do que filosofia (embora ambas sejam
interdependentes). O Cristianismo está enraizado na história e sem as suas raízes
históricas não haveria nenhuma visão de mundo cristã (1 Coríntios 15:14).
Quase todas as conjunturas principais da história,
de uma perspectiva cristã, podem ser resumidas pela referência a alguns eventos
históricos distintivos – a revelação de Deus através da criação do céu e da
terra (Gênesis 1:1); a criação especial de homem e mulher como corpo e espírito
(Gênesis 1:26-27); a rebelião da humanidade contra o seu Criador (Gênesis
3:1-15); a revelação de Deus através dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) e
Israel; a travessia do Mar Vermelho; a manifestação de Deus na história na
pessoa de Jesus Cristo para resgatar a humanidade do pecado (1 Timóteo 3:16); a
ressurreição de Jesus Cristo (1 Coríntios 15); a revelação de Deus através da
Sua Igreja, o Corpo de Cristo; o julgamento do mundo (Atos 17:31); e o novo céu,
a nova terra e a nova Jerusalém para os remidos de todas as épocas (Apocalipse
21). A história cristã, assim como a história marxista e humanista, possui
características passadas, presentes e futuras. Mas os cristãos aderem a uma visão
mais distintivamente linear do que cíclica.
Para os cristãos, a Bíblia é uma obra de beleza e
verdade – uma palavra de Deus a respeito do Seu amor pela Sua criação – não uma
obra de mitologia e lenda. A Bíblia é exata, descrevendo eventos que realmente
aconteceram na história. A arqueologia do século vinte em geral confirma a história
bíblica, inclusive a autoria mosaica do Pentateuco (os primeiros cinco livros
da Bíblia), a historicidade dos patriarcas e do êxodo, e o contexto histórico
em torno do nascimento virginal, da vida sem pecado, da morte vicária e da
ressurreição física de Jesus Cristo.
Naturalmente, a declaração de S. Paulo a respeito
da história em 1 Coríntios 10:1s. (“Não quero que sejais ignorantes acerca [da
história]”) é uma base sólida para uma filosofia da história. Os cristãos
certamente são exortados a aprender com a história (1 Coríntios 10:11). S.
Paulo também tornou bem clara a ressurreição de Cristo como um evento histórico
que ocorreu em Jerusalém, por volta de 30 a.D.
A defesa da fé por Estêvão em Atos 7 é uma lição
sobre a história redentora de Deus. Lucas, autor de dois livros na Bíblia (o
Evangelho de Lucas e o Livro de Atos), foi um meticuloso historiador. A Bíblia
histórica (a Palavra escrita de Deus) e Jesus Cristo (a Palavra viva de Deus
que se fez carne) são as duas pedras de esquina da visão de mundo cristã. Se a
Bíblia não for história, ou se Jesus Cristo não é “Deus conosco” (Mateus 1:23),
o Cristianismo se desfará. Portanto, os cristãos estão justificados em investir
muito tempo e esforço defendendo ambas estas pedras fundamentais.
Naturalmente, os humanistas (quer sejam
secularistas, marxistas ou cósmicos) não podem aceitar a Bíblia como um
documento histórico exato. O caráter e a ação de Cristo abala todos os princípios
de uma visão da história ateísta, naturalista e evolucionista. Ao invés de ter
Deus planejando e manifestando Seus atos criativos e redentores (a história
sendo um registro de tais atos), o marxista tem de confiar na fatalista dialética,
e o humanista secular deve ansiosamente confiar na capacidade humana de dirigir
a evolução futura. Nenhuma destas duas visões de mundo podem explicar
satisfatoriamente o propósito manifesto no mundo – nem, com respeito ao
assunto, a visão de mundo humanista cósmica (Nova Era). O cristão possui uma
simples, porém profunda resposta – “No princípio, Deus”. O único Deus sábio e
verdadeiro dá um propósito e ordem à Sua criação. Fazemos parte da Sua vasta
ordem criativa, e somos responsáveis perante Deus. Não podemos nos salvar a nós
mesmos – inclusive da morte física. Mas Deus pode, e a história nos conta que
Ele ofereceu Seu Filho como um sacrifício perfeito com esse propósito especial.
A posição cristã é de que Deus criou os céus e a
terra e tudo o que neles há. É preciso uma fé cega – em essência, um
entenebrecimento da mente (Romanos 1:21-22, 28) – para crer que tudo é
resultado do acaso. Os cristãos entendem que Deus criou a história quando Ele
criou o tempo, e nós sabemos que Deus controla o universo e conduzirá a história
a um final adequado (Atos 17:24-31).
Fonte: www.ChristianAnswers.Net
Tradução: Rodrigo Reis de Faria
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