quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Mistério do Homem Antigo


Steve Cardno


Será que visitantes do espaço ajudaram a construir as grandes pirâmides do Egito e da América Central?

Será necessária a tecnologia avançada de uma civilização alienígena para explicar como o homem antigo conseguiu mover pedras imensas, construir estruturas monumentais, criar obras de arte intricadas e organizar culturas complexas? Alguns pensam que sim, em razão da sua crença evolucionista de que o homem antigo era “primitivo”.

Se a evolução fosse verdadeira, quanto mais voltássemos na história, mais a evidência mostraria um declínio na inteligência do homem, aproximando-se mais da inteligência de um símio. A criação bíblica indica o contrário. O homem, criado à imagem de Deus, sempre foi inteligente. As pessoas fazem descobertas e inventam coisas, e esse conhecimento é transmitido e ampliado. Assim, a tecnologia pode aumentar dentro de uma sociedade, mas não é por isso que as pessoas se tornam mais inteligentes.

A Verdadeira História

Pouco tempo depois da criação, as pessoas já inventavam coisas, como instrumentos musicais, e trabalhavam com metais (Gênesis 4:21-22). No tempo do Dilúvio, a humanidade teria chegado a um nível elevado de perícia técnica. Não sabemos exatamente o quanto,(1) mas existem algumas pistas.

Em primeiro lugar, seria suficiente para que Noé e seus ajudantes construíssem uma imensa embarcação que navegasse pelo oceano. A arca media aproximadamente 135 metros de comprimento, 23 de largura e 13 de altura (Gênesis 6:15). Sabemos que estas proporções eram ideais para a estabilidade da embarcação.(2) Essa tarefa colossal teria exigido um conhecimento avançado em engenharia, para não falar em técnicas de marcenaria.

Em segundo lugar, podemos obter alguma indicação do nível de tecnologia daquelas civilizações que surgiram rapidamente após o Dilúvio. Noé e sua família teriam tentado levar consigo tanto conhecimento técnico quanto fosse possível, para que sobrevivessem e reiniciassem a civilização no “novo mundo” para o qual se dirigiam.

A Bíblia registra que, logo após o Dilúvio, os homens construíram uma grande cidade. Isto aconteceu no fértil vale regado pelos rios da Mesopotâmia, em torno do atual Iraque. Nem os evolucionistas podem ignorar a evidência aqui, e geralmente se referem a esta área como o “berço da civilização”. O que era verdade — mas apenas para o mundo pós-Dilúvio.

A torre de Babel (Gênesis 11:1-9) provavelmente era um zigurate, ou o primeiro tipo de pirâmide, assim como outras que ainda se encontram na área (em torno da atual Babilônia). Pirâmides de estilo semelhante são encontradas em antigas civilizações por todo o mundo. Os historiadores evolucionistas acreditam que cada cultura inventou o mesmo estilo de construção independentemente. Mas parece mais sensato sugerir que elas são semelhantes porque tiveram todas a mesma origem — Babel.

Assim como acontece com qualquer grupo de pessoas na sociedade atual, aqueles que existiram no tempo da Torre de Babel deveriam ter uma ampla gama de habilidades. Alguns eram construtores, outros artistas, e ainda outros agricultores. Contudo, quando Deus dividiu os grupos por língua, a ampla reserva de conhecimentos também foi dividida. Os grupos originais que tornaram-se, por exemplo, nas civilizações egípcia e maia obviamente incluíam pessoas hábeis em engenharia civil, construção, e assim por diante, conforme se evidencia pelo rápido estabelecimento de suas culturas. Outros grupos devem ter tido falta desse conhecimento.

Imagine que você e seus familiares fossem repentinamente forçados a uma rápida migração para uma região despovoada. Ainda que viessem de uma sociedade com grande tecnologia, é provável que seus familiares não trouxessem todo o conhecimento necessário para que pudessem, por exemplo, encontrar veios de ouro, ou fundir e trabalhar metais. Assim, vocês poderiam preferir usar utensílios de pedra para sobreviver.

Homens das cavernas

Após o Dilúvio, alguns grupos preferiram habitar em cavernas. Em ambientes mais rudes, elas teriam fornecido maior proteção do que habitações artificiais. Contudo, isto não torna seus habitantes “primitivos” ou sem inteligência. Algumas pessoas hoje em dia preferem um estilo de vida alternativo, longe das cidades, em circunstâncias que poderiam ser consideradas “primitivas”, e isto não as torna menos inteligentes do que as outras.

O “homem da caverna” típico é descrito como uma criatura cabeluda, apalermada e brutal. Porém, muitas pinturas em cavernas revelam uma habilidade equivalente à de alguns dos maiores artistas dos tempos modernos.

Recentemente, cientistas espantados têm encontrado até instrumentos musicais da “idade da pedra”, os quais revelam um alto nível de entendimento e capacidade musical.(3)

Stonehenge — suas lajes maciçamente pesadas e precisamente posicionadas desafiaram as explicações daqueles que pensavam que os construtores eram “menos evoluídos”. Recentemente foi demonstrado que pranchas engraxadas, cordas e a engenhosidade aplicadas por pessoas plenamente inteligentes fariam o trabalho.


É fácil ver quantas habilidades seriam perdidas se atualmente um povo fosse separado em pequenos grupos isolados. Por exemplo, um desses grupos poderia ter agricultores e arquitetos, mas nenhum mecânico, geólogo ou ferreiro. Esse grupo teria consciência da habilidade mecânica, mas não saberia como aplicá-la. De modo semelhante, após Babel, aqueles grupos afortunados o suficiente para levarem a variedade mais ampla de habilidades pode transferir sua cultura anterior rapidamente. Seria como se ela tivesse surgido “da noite para o dia”.

Parece não haver evidências indicando como o conhecimento para construir pirâmides foi desenvolvido. Observe as duas citações a seguir feitas por pesquisadores evolucionistas:

“Não há evidência alguma de uma ruptura tecnológica nos métodos de extração e entalhe de pedras que possa explicar o começo da construção de pirâmides. Todas as ferramentas e técnicas usadas pelos construtores de pirâmides existiam muito antes do seu tempo.”(4)

“A evidência arqueológica sugeria que, ao invés de se desenvolver lenta e penosamente, como é normal com as sociedades humanas, a civilização do Egito Antigo, assim como a dos Olmecas, surgiu subitamente e plenamente formada. De fato, o período de transição da sociedade primitiva para a avançada parece ter sido tão breve que não faz nenhum sentido histórico.

“Habilidades tecnológicas que deveriam ter levado centenas ou até milhares de anos para evoluir foram colocadas em uso praticamente da noite para o dia — e sem quaisquer antecedentes aparentes”.(5) (ênfase acrescentada)

Alguns daqueles grupos que se viram forçados a usar uma tecnologia baseada no uso da pedra com o tempo teriam alcançado outros conhecimentos, ao passo que vemos culturas hoje que ainda estão bastante satisfeitas com o uso de utensílios de pedra. Elas são, contudo, plenamente humanas e inteligentes. Também há evidências de que as culturas podem perder tecnologia. No Egito Antigo, as primeiras pirâmides foram as melhores, com a qualidade declinando até que não foram mais construídas. Como observou um pesquisador secular:

“A era das pirâmides chegara ao fim, tendo durado pouco mais de um século. Pirâmides ainda foram erigidas por cerca de mil anos, mas rapidamente se tornaram cada vez menores e mais ordinárias, e está bastante claro que, com a terceira pirâmide de Gizé, o gosto pela construção de pirâmides tinha acabado para sempre.”(6)

Construções sólidas e soluções engenhosas

Sobre um plateau varrido pelo vento, a 3.900 metros de altitude, próximo à costa boliviana do Lago Titicaca, encontra-se a antiga cidade de Tiahuanaco. Era uma majestosa ruína mesmo quando os incas antigos chegaram ali. Os caçadores de tesouro espanhóis do século dezesseis não acreditaram na tradição indígena local de que Tiahuanaco surgiu muito rapidamente, depois de um grande Dilúvio, construída por gigantes desconhecidos. Atualmente, os vestígios de estátuas e pedras imensas encontram-se espalhados pela paisagem. Um autor do Reader’s Digest comentou: “... os melhores engenheiros de hoje ainda se perguntam se poderiam cortar e mover massas imensas de rocha como as que foram usadas para construir a cidade. Os blocos gigantes parecem ter sido cortados por uma talhadeira — uma tarefa que não pode ser realizada com nenhum dos recursos da tecnologia moderna”(7) e “... os arquitetos que os projetaram e construíram foram homens de talento.”(8)


Ruínas de um antigo observatório astronômico maia. Note a semelhança com os observatórios modernos.

Muitas das estruturas do mundo antigo têm permanecido de pé durante milhares de anos, em condições relativamente boas — será que nossos prédios do século XX ainda estarão de pé daqui a mil anos?

Na antiga cidade de Sacsahuamán, próximo à cidade de Cuzco, no Peru, existe um muro magnífico construído pelos incas, deliberadamente usando blocos de pedra com formatos irregulares. Alguns dos blocos pesam cerca de 100 toneladas e se encaixam tão precisamente que ainda hoje não é possível inserir um pedaço de papel nas juntas entre as rochas.(9)

Não é de admirar que os autores da Nova Era, que aceitam a evolução, acreditem que o homem antigo deve ter tido a ajuda de alguma raça tecnologicamente mais avançada!(10)

Considere dois exemplos da engenhosidade do homem antigo na construção das pirâmides.
As pirâmides precisavam de uma base absolutamente nivelada como alicerce. Isto se conseguia por meio de um engenhoso “nível de bolha”. Os egípcios primeiro abriam canais na rocha subjacente e os enchiam de água. Em seguida, inseriam hastes nos canais e anotavam o nível da água, assim estabelecendo o nível real. Leia o que um autor diz a respeito da construção de uma câmara funerária:

“O teto consiste de nove blocos, com um peso total de 400 toneladas. Para minimizar o perigo de que o grande peso da alvenaria por cima derrubasse o teto, foram preparados cinco espaços abertos sobrepostos sobre a câmara para que dispersassem a pressão; esta é uma obra prima de engenharia.”(11)

Nivelamento? Pesos? Estruturas para pressão? A explicação dessas coisas revela um alto nível de conhecimento prévio. Arquitetos e engenheiros civis passam anos na faculdade aprendendo técnicas avançadas como essas. O mundo antigo apresenta vários outros exemplos da engenhosidade do homem.

Arqueólogos que estudam as civilizações antigas frequentemente relatam ficar “maravihados” ou “surpreendidos” com o nível de capacidade do homem no passado distante. Na verdade, eles só estão surpresos porque suas crenças evolucionistas os levam a esperar encontrar evidências de homens “primitivos”, e não inteligentes.

Uma história surpreendente

Os feitos realmente assombrosos do mundo antigo, exigindo um alto nível de inteligência, conhecimento e habilidade, não estavam apenas na arquitetura e na engenharia civil. Os maias antigos eram meticulosos observadores do tempo. Sem computadores ou sofisticados equipamentos de medição, eles sabiam que a duração do ano solar era de 365,2420 dias. Apenas recentemente os astrônomos calcularam que o ano tem 365,2422 dias.

Os maias determinaram que, num período de 11.960 dias, ocorriam 405 luas cheias; a pesquisa moderna mostra que são 11.959,888 dias. Eles calcularam um período sinódico de Vênus em 584 dias; a ciência moderna indica que são 583,92 dias [o período sinódico é o ciclo de fases conforme observado da Terra — o tempo entre aparições sucessivas de uma determinada fase, e.g. o quarto crescente. Naturalmente, os maias não conheciam a explicação de Galileu de que as fases de Vênus podiam ser explicadas pela sua órbita em torno do Sol (224,7 dias terrenos) — chamada período sideral, i.e. relativo ao fundo estelar]. Essas margens de erro de minutos, confirmadas apenas com o uso da tecnologia moderna, revelam um assombroso grau de precisão por parte dessas culturas antigas.

É interessante que, considerando a obsessão dos maias pela marcação exata do tempo, o calendário maia aparentemente começou com a data da criação em cerca de 3114 a.C. Os maias também se distinguiram na matemática, usando um sistema posicional, semelhante ao de hoje, que era menos grosseiro que o sistema usado pelos romanos na Europa.

Você sabia?

  • Em 1900, afastados da ilha de Antikythera, mergulhadores gregos descobriram os escombros de um navio antigo, naufragado por volta de 65 a.C. Recuperado dos escombros, estava um aparelho com um sistema extremamente complexo de engrenagens mecânicas de metal e uma escala de calibrações entalhada. Sendo considerado algum tipo de aparelho computacional de navegação, isto revela que os inventores eram extremamente inteligentes.
  • A antiga cidade de Mohenjo-Daro no vale do Indo, considerada uma das mais antigas civilizações conhecidas, apresentava um sistema de saneamento que superava o de muitas cidades européias milhares de anos depois.
  • As ruínas das colunas do templo romano de Baalbek, no Líbano, apoiam-se sobre uma única base de pedra (colocada por uma civilização mais antiga), com um peso estimado em 2.000 toneladas.
  • Esculpido a partir de um único bloco de rocha vulcânica, o “portal do sol” em Tiahuanaco tem um peso estimado em 100 toneladas. Como foi transportado e levantado, isso é um mistério.

Conclusão

A história conhecida da humanidade não sugere uma evolução a partir de uma criatura “simiesca” primitiva até o ser humano inteligente atual. Antes, as evidências do passado indicam que o homem sempre foi inteligente, usando sua engenhosidade para fazer o melhor nas várias situações em que se encontrou.

Referências

  1. O progresso tecnológico e científico deste milênio foi proeminente onde a Bíblia foi honrada. A rebelião generalizada do mundo ante-diluviano provavelmente teria impedido essas bençãos.
  2. S.W. Hong et al., Safety investigation of Noah’s Ark in a Seaway, CEN Technical Journal 8(1):26–36, 1994. Todos os co-autores são da equipe do Korea Research Institute of Ships and Ocean Engineering, Taijon.
  3. New Scientist 151(2048):12, 21 September 1996.
  4. Kurt Mendelssohn, A Scientist Looks at the Pyramids, American Scientist, p. 210, March–April 1971.
  5. Graham Hancock, Fingerprints of the Gods, pp. 135–136, New York Crown Trade Paperbacks, 1995.
  6. Ref. 4, p. 212.
  7. Simone Waisbard, in The World’s Last Mysteries (2nd edition), Reader’s Digest, p. 138, 1978.
  8. Ref. 7, p. 135.
  9. Rene Noorbergen, Secrets of the Lost Races: New Discoveries of Advanced Technology in Ancient Civilizations, Norcom Pub. Co, TN, 1977, citado em Donald Chittick, The Puzzle of Ancient Man, Creation Compass, 1997.
  10. Uma super-raça alienígena não apenas é desnecessária, mas é contrariada pelas evidências. Diversos começos incorretos e colapsos na construção de pirâmides apontam seres humanos falíveis, embora inteligentes.
  11. Christopher Angell, referência 7, p. 192.


Fonte: Answers in Genesis (http://www.answersingenesis.org)
Tradução: Rodrigo Reis de Faria

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