Steve Cardno
Será que visitantes do espaço ajudaram a construir
as grandes pirâmides do Egito e da América Central?
Será necessária a tecnologia avançada de uma
civilização alienígena para explicar como o homem antigo conseguiu mover pedras
imensas, construir estruturas monumentais, criar obras de arte intricadas e
organizar culturas complexas? Alguns pensam que sim, em razão da sua crença
evolucionista de que o homem antigo era “primitivo”.
Se a evolução fosse verdadeira, quanto mais
voltássemos na história, mais a evidência mostraria um declínio na inteligência
do homem, aproximando-se mais da inteligência de um símio. A criação bíblica indica
o contrário. O homem, criado à imagem de Deus, sempre foi inteligente. As
pessoas fazem descobertas e inventam coisas, e esse conhecimento é transmitido
e ampliado. Assim, a tecnologia pode aumentar dentro de uma sociedade, mas não
é por isso que as pessoas se tornam mais inteligentes.
A Verdadeira História
Pouco tempo depois da criação, as pessoas já
inventavam coisas, como instrumentos musicais, e trabalhavam com metais
(Gênesis 4:21-22). No tempo do Dilúvio, a humanidade teria chegado a um nível
elevado de perícia técnica. Não sabemos exatamente o quanto,(1) mas existem
algumas pistas.
Em primeiro lugar, seria suficiente para que Noé e
seus ajudantes construíssem uma imensa embarcação que navegasse pelo oceano. A
arca media aproximadamente 135 metros de comprimento, 23 de largura e 13 de
altura (Gênesis 6:15). Sabemos que estas proporções eram ideais para a estabilidade
da embarcação.(2) Essa tarefa colossal teria exigido um conhecimento avançado
em engenharia, para não falar em técnicas de marcenaria.
Em segundo lugar, podemos obter alguma indicação do
nível de tecnologia daquelas civilizações que surgiram rapidamente após o
Dilúvio. Noé e sua família teriam tentado levar consigo tanto conhecimento
técnico quanto fosse possível, para que sobrevivessem e reiniciassem a
civilização no “novo mundo” para o qual se dirigiam.
A Bíblia registra que, logo após o Dilúvio, os
homens construíram uma grande cidade. Isto aconteceu no fértil vale regado
pelos rios da Mesopotâmia, em torno do atual Iraque. Nem os evolucionistas
podem ignorar a evidência aqui, e geralmente se referem a esta área como o “berço
da civilização”. O que era verdade — mas apenas para o mundo pós-Dilúvio.
A torre de Babel (Gênesis 11:1-9) provavelmente era
um zigurate, ou o primeiro tipo de pirâmide, assim como outras que ainda se
encontram na área (em torno da atual Babilônia). Pirâmides de estilo semelhante
são encontradas em antigas civilizações por todo o mundo. Os historiadores
evolucionistas acreditam que cada cultura inventou o mesmo estilo de construção
independentemente. Mas parece mais sensato sugerir que elas são semelhantes
porque tiveram todas a mesma origem — Babel.
Assim como acontece com qualquer grupo de pessoas
na sociedade atual, aqueles que existiram no tempo da Torre de Babel deveriam
ter uma ampla gama de habilidades. Alguns eram construtores, outros artistas, e
ainda outros agricultores. Contudo, quando Deus dividiu os grupos por língua, a
ampla reserva de conhecimentos também foi dividida. Os grupos originais que
tornaram-se, por exemplo, nas civilizações egípcia e maia obviamente incluíam
pessoas hábeis em engenharia civil, construção, e assim por diante, conforme se
evidencia pelo rápido estabelecimento de suas culturas. Outros grupos devem ter
tido falta desse conhecimento.
Imagine que você e seus familiares fossem
repentinamente forçados a uma rápida migração para uma região despovoada. Ainda
que viessem de uma sociedade com grande tecnologia, é provável que seus
familiares não trouxessem todo o conhecimento necessário para que pudessem, por
exemplo, encontrar veios de ouro, ou fundir e trabalhar metais. Assim, vocês
poderiam preferir usar utensílios de pedra para sobreviver.
Homens das cavernas
Após o Dilúvio, alguns grupos preferiram habitar em
cavernas. Em ambientes mais rudes, elas teriam fornecido maior proteção do que
habitações artificiais. Contudo, isto não torna seus habitantes “primitivos” ou
sem inteligência. Algumas pessoas hoje em dia preferem um estilo de vida
alternativo, longe das cidades, em circunstâncias que poderiam ser consideradas
“primitivas”, e isto não as torna menos inteligentes do que as outras.
O “homem da caverna” típico é descrito como uma
criatura cabeluda, apalermada e brutal. Porém, muitas pinturas em cavernas
revelam uma habilidade equivalente à de alguns dos maiores artistas dos tempos
modernos.
Recentemente, cientistas espantados têm encontrado
até instrumentos musicais da “idade da pedra”, os quais revelam um alto nível
de entendimento e capacidade musical.(3)
É fácil ver quantas habilidades seriam perdidas se atualmente
um povo fosse separado em pequenos grupos isolados. Por exemplo, um desses
grupos poderia ter agricultores e arquitetos, mas nenhum mecânico, geólogo ou
ferreiro. Esse grupo teria consciência da
habilidade mecânica, mas não saberia como
aplicá-la. De modo semelhante, após Babel, aqueles grupos afortunados o
suficiente para levarem a variedade mais ampla de habilidades pode transferir
sua cultura anterior rapidamente. Seria como se ela tivesse surgido “da noite
para o dia”.
Parece não haver evidências indicando como o
conhecimento para construir pirâmides foi desenvolvido. Observe as duas
citações a seguir feitas por pesquisadores evolucionistas:
“Não há evidência
alguma de uma ruptura tecnológica nos métodos de extração e entalhe de pedras
que possa explicar o começo da construção de pirâmides. Todas as ferramentas e
técnicas usadas pelos construtores de pirâmides existiam muito antes do seu
tempo.”(4)
“A
evidência arqueológica sugeria que, ao invés de se desenvolver lenta e penosamente,
como é normal com as sociedades humanas, a civilização do Egito Antigo, assim
como a dos Olmecas, surgiu subitamente e
plenamente formada. De fato, o período de transição da sociedade primitiva
para a avançada parece ter sido tão breve que não faz nenhum sentido histórico.
“Habilidades
tecnológicas que deveriam ter levado centenas ou até milhares de anos para
evoluir foram colocadas em uso praticamente da noite para o dia — e sem
quaisquer antecedentes aparentes”.(5) (ênfase acrescentada)
Alguns daqueles grupos que se viram forçados a usar
uma tecnologia baseada no uso da pedra com o tempo teriam alcançado outros
conhecimentos, ao passo que vemos culturas hoje que ainda estão bastante
satisfeitas com o uso de utensílios de pedra. Elas são, contudo, plenamente
humanas e inteligentes. Também há evidências de que as culturas podem perder
tecnologia. No Egito Antigo, as primeiras pirâmides foram as melhores, com a
qualidade declinando até que não foram mais construídas. Como observou um
pesquisador secular:
“A era
das pirâmides chegara ao fim, tendo durado pouco mais de um século. Pirâmides
ainda foram erigidas por cerca de mil anos, mas rapidamente se tornaram cada
vez menores e mais ordinárias, e está bastante claro que, com a terceira
pirâmide de Gizé, o gosto pela construção de pirâmides tinha acabado para
sempre.”(6)
Construções sólidas e soluções engenhosas
Sobre um plateau
varrido pelo vento, a 3.900 metros de altitude, próximo à costa boliviana do
Lago Titicaca, encontra-se a antiga cidade de Tiahuanaco. Era uma majestosa
ruína mesmo quando os incas antigos chegaram ali. Os caçadores de tesouro
espanhóis do século dezesseis não acreditaram na tradição indígena local de que
Tiahuanaco surgiu muito rapidamente, depois de um grande Dilúvio, construída
por gigantes desconhecidos. Atualmente, os vestígios de estátuas e pedras
imensas encontram-se espalhados pela paisagem. Um autor do Reader’s Digest comentou: “... os melhores engenheiros de hoje
ainda se perguntam se poderiam cortar e mover massas imensas de rocha como as
que foram usadas para construir a cidade. Os blocos gigantes parecem ter sido
cortados por uma talhadeira — uma tarefa que não pode ser realizada com nenhum
dos recursos da tecnologia moderna”(7) e “... os arquitetos que os projetaram e
construíram foram homens de talento.”(8)
|
Muitas das estruturas do mundo antigo têm
permanecido de pé durante milhares de anos, em condições relativamente boas — será
que nossos prédios do século XX ainda estarão de pé daqui a mil anos?
Na antiga cidade de Sacsahuamán, próximo à cidade
de Cuzco, no Peru, existe um muro magnífico construído pelos incas,
deliberadamente usando blocos de pedra com formatos irregulares. Alguns dos blocos
pesam cerca de 100 toneladas e se encaixam tão precisamente que ainda hoje não
é possível inserir um pedaço de papel nas juntas entre as rochas.(9)
Não é de admirar que os autores da Nova Era, que
aceitam a evolução, acreditem que o homem antigo deve ter tido a ajuda de
alguma raça tecnologicamente mais avançada!(10)
Considere dois exemplos da engenhosidade do homem
antigo na construção das pirâmides.
As pirâmides precisavam de uma base absolutamente
nivelada como alicerce. Isto se conseguia por meio de um engenhoso “nível de
bolha”. Os egípcios primeiro abriam canais na rocha subjacente e os enchiam de
água. Em seguida, inseriam hastes nos canais e anotavam o nível da água, assim
estabelecendo o nível real. Leia o que um autor diz a respeito da construção de
uma câmara funerária:
“O teto
consiste de nove blocos, com um peso total de 400 toneladas. Para minimizar o
perigo de que o grande peso da alvenaria por cima derrubasse o teto, foram
preparados cinco espaços abertos sobrepostos sobre a câmara para que
dispersassem a pressão; esta é uma obra prima de engenharia.”(11)
Nivelamento? Pesos? Estruturas para pressão? A
explicação dessas coisas revela um alto nível de conhecimento prévio.
Arquitetos e engenheiros civis passam anos na faculdade aprendendo técnicas
avançadas como essas. O mundo antigo apresenta vários outros exemplos da
engenhosidade do homem.
Arqueólogos que estudam as civilizações antigas
frequentemente relatam ficar “maravihados” ou “surpreendidos” com o nível de
capacidade do homem no passado distante. Na verdade, eles só estão surpresos
porque suas crenças evolucionistas os levam a esperar encontrar evidências de
homens “primitivos”, e não inteligentes.
Uma história surpreendente
Os feitos realmente assombrosos do mundo antigo, exigindo
um alto nível de inteligência, conhecimento e habilidade, não estavam apenas na
arquitetura e na engenharia civil. Os maias antigos eram meticulosos
observadores do tempo. Sem computadores ou sofisticados equipamentos de
medição, eles sabiam que a duração do ano solar era de 365,2420 dias. Apenas
recentemente os astrônomos calcularam que o ano tem 365,2422 dias.
Os maias determinaram que, num período de 11.960
dias, ocorriam 405 luas cheias; a pesquisa moderna mostra que são 11.959,888
dias. Eles calcularam um período sinódico de Vênus em 584 dias; a ciência
moderna indica que são 583,92 dias [o período
sinódico é o ciclo de fases conforme observado da Terra — o tempo entre
aparições sucessivas de uma determinada fase, e.g. o quarto crescente. Naturalmente,
os maias não conheciam a explicação de Galileu de que as fases de Vênus podiam
ser explicadas pela sua órbita em torno do Sol
(224,7 dias terrenos) — chamada período sideral,
i.e. relativo ao fundo estelar]. Essas margens de erro de minutos,
confirmadas apenas com o uso da tecnologia moderna, revelam um assombroso grau
de precisão por parte dessas culturas antigas.
É interessante que, considerando a obsessão dos
maias pela marcação exata do tempo, o calendário maia aparentemente começou com
a data da criação em cerca de 3114 a.C. Os maias também se distinguiram na
matemática, usando um sistema posicional, semelhante ao de hoje, que era menos
grosseiro que o sistema usado pelos romanos na Europa.
Você sabia?
- Em
1900, afastados da ilha de Antikythera, mergulhadores gregos descobriram os
escombros de um navio antigo, naufragado por volta de 65 a.C. Recuperado
dos escombros, estava um aparelho com um sistema extremamente complexo de
engrenagens mecânicas de metal e uma escala de calibrações entalhada.
Sendo considerado algum tipo de aparelho computacional de navegação, isto
revela que os inventores eram extremamente inteligentes.
- A
antiga cidade de Mohenjo-Daro no vale do Indo, considerada uma das mais
antigas civilizações conhecidas, apresentava um sistema de saneamento que
superava o de muitas cidades européias milhares de anos depois.
- As
ruínas das colunas do templo romano de Baalbek, no Líbano, apoiam-se sobre
uma única base de pedra (colocada por uma civilização mais antiga), com um
peso estimado em 2.000 toneladas.
- Esculpido
a partir de um único bloco de rocha vulcânica, o “portal do sol” em
Tiahuanaco tem um peso estimado em 100 toneladas. Como foi transportado e
levantado, isso é um mistério.
Conclusão
A história conhecida da humanidade não sugere uma
evolução a partir de uma criatura “simiesca” primitiva até o ser humano
inteligente atual. Antes, as evidências do passado indicam que o homem sempre
foi inteligente, usando sua engenhosidade para fazer o melhor nas várias
situações em que se encontrou.
Referências
- O progresso tecnológico e científico deste milênio
foi proeminente onde a Bíblia foi honrada. A rebelião generalizada do
mundo ante-diluviano provavelmente teria impedido essas bençãos.
- S.W. Hong et al.,
Safety investigation of Noah’s Ark in a Seaway, CEN Technical Journal 8(1):26–36,
1994. Todos os co-autores são da equipe do Korea Research Institute of
Ships and Ocean Engineering, Taijon.
- New
Scientist 151(2048):12, 21 September 1996.
- Kurt Mendelssohn, A
Scientist Looks at the Pyramids, American Scientist, p. 210,
March–April 1971.
- Graham Hancock, Fingerprints
of the Gods, pp. 135–136, New York Crown Trade Paperbacks, 1995.
- Ref. 4, p. 212.
- Simone Waisbard, in
The World’s Last Mysteries (2nd edition), Reader’s Digest,
p. 138, 1978.
- Ref. 7, p. 135.
- Rene Noorbergen, Secrets
of the Lost Races: New Discoveries of Advanced Technology in Ancient
Civilizations, Norcom Pub. Co, TN, 1977, citado em Donald Chittick, The
Puzzle of Ancient Man, Creation Compass, 1997.
- Uma super-raça alienígena não apenas é desnecessária,
mas é contrariada pelas evidências. Diversos começos incorretos e colapsos
na construção de pirâmides apontam seres humanos falíveis, embora
inteligentes.
- Christopher Angell, referência 7, p. 192.
Tradução: Rodrigo Reis de Faria
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