Garry K. Brantley, M.A., M.Div.
Os crentes na Bíblia geralmente
são confrontados com a acusação de que a Bíblia está cheia de erros. Estes
supostos erros podem ser distribuídos em duas categorias principais: (1)
aparentes inconsistências internas entre dados revelados; e (2) erros de
escribas nos próprios manuscritos fundamentais. A primeira categoria envolve
aquelas situações nas quais existem discrepâncias aparentes entre textos
bíblicos a respeito de um evento, pessoa, lugar, etc. específico (para uma
discussão de dificuldades como estas, vede Archer, 1982; Geisler e Brooks,
1989, pp. 163-178). A última categoria envolve uma preocupação bem mais
fundamental – a integridade dos documentos subjacentes às nossas traduções.
Alguns acusam que os manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos, tendo sido
copiados e recopiados manualmente durante muitos anos, contêm uma pletora de
erros de escribas que alteraram significativamente a informação apresentada nos
documentos originais. Como tais, não podemos confiar que nossas traduções
reflitam a informação inicialmente registrada pelos escritores bíblicos.
Contudo, os materiais descobertos em Qumran, comumente chamados de Rolos do Mar
Morto, têm fornecido evidência impressionante tanto em favor da integridade dos
manuscritos hebraicos e aramaicos do Antigo Testamento como da autenticidade
dos próprios livros.
DATA DOS MATERIAIS
Quando os rolos foram descobertos,
em 1947, os estudiosos disputavam as datas da sua composição. Os estudiosos
agora concordam em geral que, embora alguns materiais sejam mais antigos, os
materiais de Qumran datam primariamente dos períodos hasmoneu (152-63 a.C.) e
começo do romano (63 a.C. a 68 a.D.). Várias linhas de evidência corroboram
estas conclusões. Primeiro, evidência arqueológica das ruínas da comunidade de
Qumran apoia essas datas. Após seis períodos maiores de excavações, os
arqueólogos identificaram três fases específicas de ocupação do antigo centro
de Qumran. Coinage descobriu, no primeiro estrato, tâmaras do reinado de
Antíoco VII Sidetes (138-129 a.C.). Tais artefatos também indicam que a
arquitetura associada à segunda fase de ocupação data, no mais tardar, do tempo
de Alexandre Jannaeus (103-76 a.C.). Refletida também nos vestígios materiais
do sítio está a destruição das suas edificações, no terremoto relatado pelo
historiador judeu do primeiro século, Josefo (Antiguidades Judaicas, 15.5.2.). Aparentemente, este desastre
natural ocorreu por volta de 31 a.C. – uma circunstância que compeliu os
ocupantes a abandonar o local por um período de tempo indeterminado. Sob a
reocupação da área – a terceira fase – as edificações foram reparadas e
reconstruídas precisamente sobre o plano anterior do complexo comunal antigo. A
comunidade floresceu até que os romanos, sob a direção militar de Vespasiano,
ocuparam à força o local (vede Cross, 1992, pp. 21-22). Tal evidência é
consistente com as datas do segundo século a.C. ao primeiro século a.D. para os
rolos.
A segunda linha de evidência é de
que as datas geralmente aceitas para os rolos são corroboradas por
considerações paleográficas. A paleografia é o estudo da escrita antiga e, mais
especificamente, o formato e o estilo das letras. Característica das línguas
antigas, a maneira como as letras hebraicas e aramaicas foram escritas mudou ao
longo de um período de tempo. O olho treinado pode determinar, dentro de certas
limitações, o período de tempo de um documento de acordo com o formato das suas
letras. Este é o método pelo qual os estudiosos determinam a data de um texto
sobre bases paleográficas. De acordo com esta técnica, os escritos em Qumran
pertencem a três períodos de desenvolvimento paleográfico: (1) um pequeno grupo
de textos bíblicos cujo estilo arcaico reflete o período entre 250-150 a.C.; (2)
uma grande quantidade de manuscritos, tanto bíblicos como não-bíblicos, que é
consistente com um estilo de escrita comum ao período hasmoneu (c. 150-30
a.C.); e (3) um número igualmente grande de textos que evidenciam um estilo de
escrita característico do período herodiano (30 a.C. – 70 a.D.). Esta
informação linguística também é consistente com as datas comumente aceitas dos
materiais de Qumran.
A IMPORTÂNCIA DOS ROLOS
Embora a importância destes
documentos seja multifacetada, uma das suas principais contribuições para os
estudos bíblicos está na área de criticismo textual. Este é o campo de estudo
em que os estudiosos tentam recriar o conteúdo original de um texto bíblico o
mais exatamente possível. Tal obra é legítima e necessária, visto que possuímos
apenas cópias (apógrafos), não os manuscritos originais (autógrafos) da
Escritura. Os Rolos do Mar Morto são de valor particular neste respeito, ao
menos por dois motivos: (1) cada livro do cânon tradicional hebraico, exceto
Ester, está representado (em certo grau) entre os materiais de Qumran (Collins,
1992, 2:89); e (2) eles têm fornecido aos críticos textuais manuscritos antigos
contra os quais podem comparar o texto aceito em busca da exatidão do conteúdo.
OS ROLOS E O TEXTO MASSORÉTICO
Este segundo ponto é de particular
importância, visto que, antes da descoberta dos manuscritos de Qumran, os
textos mais antigos do Antigo Testamento existentes eram aqueles conhecidos
como Texto Massorético (TM), que datavam por volta de 980 a.D. O TM é resultado
do trabalho editorial realizado por escribas judeus conhecidos como massoretas.
A designação dos escribas derivou-se da palavra hebraica masora, que refere-se coletivamente às notas introduzidas nas
margens superiores, inferiores e laterais dos manuscritos do TM para
salvaguardar a transmissão tradicional. Por isso, os massoretas, como seu nome
sugere, eram os escribas preservadores da masora
(Roberts, 1962, 3:295). Do quinto ao nono século a.D., os massoretas
trabalharam para introduzir tanto estas notas marginais como os pontos
vocálicos no texto consonantal – primariamente para conservar a pronúncia e
ortografia corretas (vede Seow, 1987, pp. 8-9).
Os estudiosos críticos
questionavam a exatidão do TM, que formava a base das nossas versões do Antigo
Testamento, visto que havia uma lacuna cronológica tão grande entre ele e os
autógrafos. Por causa desta incerteza, os estudiosos geralmente “corrigiam” o
texto com considerável liberdade. Qumran, porém, forneceu vestígios de uma
antiga edição massorética, antedatando à era cristã, na qual o TM tradicional
está baseado. Uma comparação do TM com este texto mais antigo revelou a notável
exatidão com que os escribas copiavam os textos sagrados. Em consonância com
isto, a integridade da Bíblia hebraica foi confirmada, o que geralmente tem
aumentado o seu respeito entre os estudiosos e reduzido drasticamente a
alteração textual.
A maioria dos manuscritos bíblicos
encontrados em Qumran pertencem à tradição ou família do TM. Este é
especialmente o caso do Pentateuco e alguns dos Profetas. O bem preservado rolo
de Isaías da Caverna 1 ilustra o terno cuidado com que esses textos sagrados
eram copiados. Visto que aproximadamente 1700 anos separavam Isaías no TM da
sua fonte original, os críticos textuais assumiam que centenas de cópias e
recópias deste livro deviam ter introduzido erros de escribas no documento, que
obscureceram a mensagem original do autor.
Os rolos de Isaías encontrados em
Qumran estreitaram essa lacuna para o período de 500 anos desde o manuscrito
original. É interessante que, quando os estudiosos compararam o TM de Isaías
com o rolo de Isaías de Qumran, a correspondência era assustadora. Os textos de
Qumran provaram ser idênticos, palavra por palavra, à nossa Bíblia hebraica
padrão em mais de 95 por cento do texto. Os 5 por cento de variação consistiam
primariamente de deslizes óbvios da pena e alterações de ortografia (Archer,
1974, p. 25). Ademais, não havia grandes diferenças doutrinárias entre o texto
aceito e o de Qumran (vede Tabela 1, abaixo). Isto demonstrou forçosamente a
exatidão com que os escribas copiaram os textos sagrados, e animou a nossa
confiança na integridade textual da Bíblia (vede Yamauchi, 1972, p. 130). Os
Rolos do Mar Morto aumentaram a nossa confiança de que a transcrição manuscrita
fiel preservou substancialmente o conteúdo original de Isaías.
TABELA 1. QUMRAN VS. MASSORETAS
----------
Das 166 palavras hebraicas em
Isaías 53, somente dezessete letras no Rolo do Mar Morto 1 Qisb
diferem do Texto Massorético (Geisler e Nix, 1986, p. 382).
10 letras = diferenças de
ortografia
4 letras = mudanças estilísticas
3 letras = acrescentada a palavra
que significa “luz” (vs. 11)
----------
17 letras = nenhuma afeta o
ensinamento bíblico
ERUDIÇÃO CRÍTICA, DANIEL E OS
ROLOS
Os materiais de Qumran de modo
semelhante têm provado a integridade textual e a autenticidade de Daniel. A
erudição crítica, como no caso da maioria de todos os livros do Antigo
Testamento, tem tentado demolir a autenticidade do livro de Daniel. A mensagem
do livro reivindica ter se originado durante o exílio babilônico, desde a
primeira deportação dos judeus para o cativeiro (606 a.C.; Daniel 1:1-2) até a
ascensão do Império Persa ao domínio mundial (c. 536 a.C.; Daniel 10:1). Esta
data, porém, tem sido questionada e geralmente recusada pelos eruditos críticos,
que datam a composição final do livro do segundo século a.C. Especificamente,
argumenta-se que as histórias dos capítulos 1 a 6, tal como aparecem na sua
forma atual, não podem ser mais antigas do que a era helenística (c. 332 a.C.).
Ademais, o sumário de quatro reinos explicitamente declarados no capítulo 2
supostamente requer uma data posterior ao surgimento do Império Grego. Além
disso, esses estudiosos argumentam que, visto como não há referência explícita
a Antíoco Epifânio IV (175-164 a.C.), um rei selêucida claramente sob
consideração profética no capítulo 11, uma data no final do terceiro ou começo
do segundo século a.C. é a mais provável (vede Collilns, 1992a, 2:31;
Whitehorne, 1992, 1:270).
O motivo aparente para esta
conclusão entre os eruditos críticos é a natureza preditiva do livro de Daniel.
Ele fala precisamente de eventos que aconteceram centenas de anos após o
período no qual reivindica ter sido composto. Visto que os princípios
orientadores do método da crítica-histórica evitam um Deus transcendente que
intervém nos negócios humanos (vede Brantley, 1994), a idéia da profecia
preditiva inspirada é rejeitada a priori do
reino da possibilidade. Em consonância com isto, Daniel não poderia ter falado
com tal precisão sobre eventos tão distanciados de seu tempo. Portanto, os
eruditos críticos concluem que o livro foi escrito, na verdade, como um
registro histórico de eventos durante o período macabeu, mas se exprimia em
linguagem apocalíptica ou profética. Tais conclusões negam claramente que este
livro foi a composição autêntica de um Daniel que viveu no sexto século a.C., o
que a Bíblia afirma.
Os Rolos do
Mar Morto têm levantado sua voz nesta controvérsia. Devido à quantidade de
fragmentos de Daniel encontrados em diversas cavernas próximas a Qumran, parece
que este livro profético foi um dos mais entesourados por essa comunidade.
Talvez a popularidade de Daniel fosse devida ao fato de que o povo de Qumran
viveu durante o período inquietante em que muitas destas profecias realmente
estavam se cumprindo. Seja por que razão for, Daniel foi peculiarmente
salvaguardado a ponto de termos, à nossa disposição, partes de todos os
capítulos de Daniel, exceto os capítulos 9 e 12. Contudo, um manuscrito (4Qdanc;
4 = Caverna 4; Q = Qumran; Danc = um dos fragmentos de Daniel
arbitrariamente designado como “c”, no sentido de esclarecimento*), publicado
em Novembro de 1989, tem sido datado do final do segundo século a.C. (vede
Hasel, 1992, 5[2]:47). Dois outros documentos importantes (4Qdanb,
4Qdana) têm sido publicados desde 1987, e contribuem para a análise
erudita de Daniel. Estes fragmentos recentemente lançados dão testemunho direto
da integridade e autenticidade do livro de Daniel.
INTEGRIDADE
DO TEXTO
Assim como no caso de Isaías, antes de Qumran não
havia manuscritos de Daniel que datassem antes do final do décimo século a.D. Em
consonância com isto, os estudiosos lançavam suspeitas sobre a integridade do
texto de Daniel. Como no caso de Isaías também, este ceticismo sobre a
credibilidade do conteúdo de Daniel instigou os estudiosos a tomarem grande
liberdade em ajustar o texto hebraico. Um motivo para esta suspeita é a presença
aparentemente arbitrária de seções em aramaico dentro do livro. Alguns
estudiosos haviam assumido, a partir desta mudança linguística, que Daniel fora
escrito inicialmente em aramaico, e depois algumas porções foram traduzidas
para o hebraico. Ademais, uma comparação com a tradução Septuaginta (tradução
grega da Bíblia hebraica) com o TM revelou enorme disparidade, em extensão e
conteúdo, entre os dois textos. Devido a estas e outras considerações, os
estudiosos críticos atribuíam pouco valor à versão massorética de Daniel.
Uma vez mais, porém, os achados em Qumran
confirmaram a integridade do texto de Daniel. Gerhard Hasel enumerou diversas
linhas de evidência, a partir dos fragmentos de Daniel encontrados em Qumran,
que apóiam a integridade do TM (vede 1992, 5[2]:50). Primeiro, na sua maior
parte, os manuscritos do Daniel do Mar Morto são muito consistentes em conteúdo
entre si, contendo muito poucas variantes. Segundo, os fragmentos de Qumran se
conformam de perto com o TM do começo ao fim, apenas com poucas e raras
variantes nos anteriores, que favorecem a versão Septuaginta. Terceiro, as
transições do hebraico para o aramaico são preservadas nos fragmentos de
Qumran. Com base em dados tão decisivos, é evidente que o TM é uma versão bem
preservada de Daniel. Em suma, Qumran nos assegura de que podemos estar sensatamente
confiantes de que o texto de Daniel sobre o qual nossas traduções estão
baseadas é um texto de integridade. Falando em termos práticos, isto significa
que temos à nossa disposição, através de traduções fiéis do original, a verdade
que Deus revelou a Daniel séculos atrás.
DATA DO LIVRO
Os fragmentos de Daniel encontrados em Qumran
também interessam à questão da autenticidade de Daniel. Conforme citado antes,
a erudição convencional geralmente situa a composição final de Daniel durante o
segundo século a.C. Contudo, o livro afirma ter sido escrito por um Daniel que
viveu no sexto século a.C. Por outro lado, os fragmentos de Daniel do Mar Morto
apresentam forte evidência em favor da data bíblica, mais antiga, deste livro.
Os vestígios relativamente abundantes de Daniel
indicam a importância deste livro para a comunidade de Qumran. Ademais, existem
indicações claras de que este livro era considerado “canônico” para a
comunidade, o que significa que era reconhecido como um livro autoritativo, ao
lado de outros livros bíblicos (p.e., Deuteronômio, Reis, Isaías, Salmos). A
canonicidade de Daniel em Qumran é indicada, não apenas pelos prolíficos fragmentos,
mas pela maneira como é referido em outros materiais. Certo fragmento emprega a
citação: “que estava escrito no livro do profeta Daniel”. Esta frase,
semelhante à referência de Jesus ao “profeta Daniel” (Mateus 24:15), era uma
fórmula tipicamente aplicada a citações da Escritura canônica em Qumran (vede
Hasel, 1992, 5[2]:51).
O status canônico de Daniel em Qumran é importante
para a data e autenticidade do livro. Se, como alegam os estudiosos críticos,
Daniel alcançou sua forma final por volta de 160 a.C., como poderia ter
atingido o status canônico em Qumran, em meras cinco ou seis décadas? Embora
não saibamos exatamente quanto tempo levava para um livro alcançar tal status
de autoridade, parece ser necessário mais tempo para este desenvolvimento (vede
Bruce, 1988, pp. 27-42). É interessante que, mesmo antes da mais recente
publicação dos fragmentos de Daniel, R. K. Harrison reconheceu que o status
canônico de Daniel em Qumran militava contra a sua composição na era dos
Macabeus, e servia como confirmação da sua autenticidade (1969, p. 1126-1127).
Ainda que Harrison tenha feito esta observação em
1969, mais de três décadas antes que a grande reserva de documentos da Caverna
4 fosse disponibilizada para o público erudito e em geral, nenhuma evidência
nova a refutou. Pelo contrário, os textos de Qumran recentemente publicados têm
confirmado esta conclusão. A aceitação canônica de Daniel em Qumran indica a
antiguidade da composição do livro – certamente bem mais antiga do que o
período macabeu. Por isso, as publicações mais recentes dos manuscritos de Daniel
apresentam confirmação à autenticidade de Daniel; ele foi escrito quando a
Bíblia diz que foi escrito.
Uma contribuição final de Qumran para a data
reivindicada pela Bíblia em favor da composição de Daniel deriva-se de
considerações linguísticas. Embora, conforme mencionamos antes, os estudiosos
críticos argumentem que as seções em aramaico de Daniel indiquem uma data de
composição no segundo século a.C., os materiais de Qumran sugerem o contrário.
Na verdade, uma comparação dos documentos de Qumran com Daniel demonstra que o
aramaico de Daniel é uma composição bem mais antiga do que do segundo século a.C.
Tal comparação ainda demonstra que Daniel foi escrito em uma região diferente
da Judéia. Por exemplo, o Gênesis Apócrifo, encontrado na Caverna 1, é um
documento do segundo século a.C. escrito em aramaico – o mesmo período durante
o qual os estudiosos críticos defendem que Daniel foi composto. Se a data
crítica para a composição de Daniel estivesse correta, ele refletiria as mesmas
características linguísticas do Gênesis Apócrifo. Contudo, o aramaico destes
dois livros é notoriamente distinto.
O Gênesis Apócrifo, por exemplo, tende a pôr o
verbo no começo da cláusula, ao passo que Daniel tende a pospôr o verbo em uma
posição mais final na cláusula. Devido a tais considerações, os linguistas
sugerem que Daniel reflete um aramaico de tipo oriental, que é mais flexível
com a ordem das palavras, e raramente apresenta alguma característica
ocidental. Em cada categoria importante de comparação linguística (ou seja,
morfologia, gramática, sintaxe, vocabulário), o Gênesis Apócrifo
(reconhecidamente escrito no segundo século a.C.) reflete um estilo bem mais
tardio do que a linguagem de Daniel (Archer, 1980, 136:143; cf. Yamauchi,
1980). É interessante que o mesmo é válido quando o hebraico de Daniel é
comparado com o hebraico preservado nos documentos sectários de Qumran (ou
seja, aqueles textos compostos pela comunidade de Qumran que refletem suas leis
sociais e costumes religiosos peculiares). A partir de tais considerações
linguísticas fornecidas por Qumran, Daniel dificilmente poderia ter sido
escrito por um patriota judaico na Judéia durante o começo do segundo século
a.C., como acusam os críticos.
CONCLUSÃO
Naturalmente, existem estudiosos
críticos que, apesar da evidência, continuam a argumentar contra a
autenticidade de Daniel e de outros livros bíblicos. Contudo, os textos de
Qumran têm provido forte evidência que apóia a nossa fé na integridade dos
manuscritos sobre os quais nossas traduções estão baseadas. Agora, cabe aos
crentes na Bíblia permitir que estes textos direcionem a nossa atenção para os
interesses divinos, e se tornem o povo que Deus quer que sejamos.
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Copyright
© 1995 Apologetics Press, Inc. All rights reserved.
* Clarification, em inglês.
Tradução: Rodrigo Reis de Faria
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