terça-feira, 11 de setembro de 2012

Tiro na Profecia


Kyle Butt, M.A.

Introdução

A profecia preditiva continua sendo uma das provas mais viáveis da inspiração divina da Bíblia. A profecia de Ezequiel concernente à cidade de Tiro fornece um exemplo excelente de evidência dessa natureza.

A mensagem profética de Ezequiel é uma das mais fáceis de situar em um período exato de tempo. No verso 2 do capítulo um, o profeta notou que suas visões e profecias começaram “no quinto ano do cativeiro do rei Jeoiaquim”. A data deste cativeiro é quase unanimemente aceita como 597 a.C., durante a segunda deportação dos cidadãos da Judéia para Babilônia, a qual é documentada em detalhes em 2 Reis 24:10-20. Além disso, não somente a deportação é registrada no relato bíblico, mas os antigos registros caldeus documentam-na também (Free and Vos, 1992, p. 194). Como as visões de Ezequiel começaram cinco anos após a deportação, então se pode estabelecer uma data segura em 592 a.C. para o princípio da sua profecia. O profeta fornece outras datas específicas, tais como o ano dezessete (20:1), o nono ano (24:1), o undécimo ano (26:1), e a última data fornecida como o ano vinte e sete (29:17) [Nota: para um sumário, vede Archer, 1974, pp. 368-369].

Devido ao sistema de datas seguramente definido que Ezequiel escolheu para usar em sua profecia, a data da profecia a respeito da cidade de Tiro, encontrada no capítulo 26, pode ser precisamente estabelecida como o undécimo ano após 597, que seria 586 a.C.

A Cidade de Tiro

De acordo com a história, a cidade fenícia de Tiro, localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, manteve-se como uma das cidades mais antigas e prósperas da história. Heródoto, conhecido como o pai da história moderna, viveu e escreveu aproximadamente entre 490 a.C. e 425 a.C. (Heródoto, 1972, p. i). Durante uma visita ao templo de Herácles em Tiro, Heródoto indagou acerca da idade do templo, ao que os habitantes responderam que o templo era tão antigo quanto “a própria Tiro”, e que Tiro já havia durado dois mil e trezentos anos” (Heródoto, 2:44). A partir de Heródoto, então, pode-se supor que a cidade remonta a 2.700 a.C.

Devido à sua vantajosa posição geográfica e aos bons portos, Tiro tornou-se uma das cidades comerciantes mais ricas da história. Fleming notou que ela “era a mais importante de todas as cidades fenícias” (1966, p. ix). Durante os reinados do rei Davi e do rei Salomão (circa 1000 a.C.), Hirão, rei de Tiro, representou um papel fundamental na aquisição de materiais de construção para estruturas importantes, como as casas dos reis israelitas e o primeiro templo. Em diversas passagens bíblicas, o texto afirma que Hirão mandou árvores de cedro, carpinteiros, pedreiros, e construtores a Israel (2 Samuel 5:11) devido à famosa habilidade dos tírios em cortar madeira de lei (1 Reis 5:1-18). Além disso, os tírios eram igualmente famosos pela sua notável habilidade de navegar os mares durante a época de Salomão. 2 Crônicas documenta que Hirão mandou navios e “servos que conheciam o mar” para trabalharem com os homens de Salomão na aquisição de ouro em terras estrangeiras (2 Crônicas 8:18).

A cidade de Tiro possuía uma disposição geográfica um tanto interessante e vantajosa. Cerca de meia milha distante da costa oriental do Mar Mediterrâneo, estava uma pequena ilha rochosa sobre a qual mais provavelmente a cidade original de Tiro fora fundada. Algum tempo após a fundação desta cidade insular, fundou-se a cidade continental de Tiro, a qual foi chamada de Antiga Tiro pelos gregos (Fleming, p. 4). Josefo cita um historiador fenício chamado Dío, contando que o rei fenício Hirão, que era muito amigo dos reis Davi e Salomão, construiu um passadiço da ilha original até uma ilha menor, unindo as duas (Contra Ápion, 1.17).


Além da sua proveitosa posição geográfica, a cidade tinha grande confiança em suas vantagens defensivas mui excelentes. Fleming notou: “Já desde 1400 a.C., Tiro era não apenas uma grande cidade, mas era considerada inexpugnável” (p. 8). O antigo historiador Quintus Curtius Rufus (mui provavelmente escrevendo por volta de 50 a.D.) listou várias destas características defensivas que haviam permanecido intactas até o cerco por Alexandre, em 332 a.C. A força da água e do vento que prevaleciam do lado da cidade mais próximo à terra dizia-se ter produzido uma “força corrosiva de ondas” que impediriam a construção de qualquer tipo de ponte ou passadiço a partir do continente (4.2.8). Além disso, as águas mais próximas das muralhas da cidade eram “especialmente profundas”, e forçariam pretensos atacantes a posicionarem qualquer tipo de mecanismos de cerco na fundação instável de um navio, e a muralha “descia perpendicularmente para dentro do mar”, o que impediria o uso de escadas ou uma abordagem a pé (4.2.9).


Durante o tempo de Ezequiel, Tiro estava bem estabelecida e era famosa pela sua construção, manufatura e comércio. Ezequiel disse a respeito de Tiro: “Os teus edificadores aperfeiçoaram a tua formosura” (27:4), e então passou a listar vários tipos diferentes de madeira e materiais importados usados pelos tírios (27:3-11). O profeta declarou: “Quando os teus artigos saíam pelos mares, satisfizeste a muitos povos; enriqueceste os reis da terra com os teus muitos ítens luxuosos e o teu negócio” (27:33).

Mas o comércio lucrativo de Tiro havia feito pouco de positivo em favor de sua condição espiritual. Na verdade, como é geralmente o caso, as riquezas adquiridas pela cidade produziram grande negligência e corrupção espiritual. Concernente à cidade, Ezequiel notou: “Pela abundância do teu comércio, encheste de violência o teu interior, e pecaste ... Teu coração elevou-se por causa da tua beleza; corrompeste a tua sabedoria por causa do teu esplendor ... Contaminaste os teus santuários pela multidão das tuas iniquidades” (28:16-18). Entre os pecados listados por Ezequiel, uma atitude específica mantida por Tiro foi apontada pelo profeta como a razão decisiva para o fim da cidade. Ezequiel notou: “Porque Tiro disse contra Jerusalém: ‘Ah, ah! Está quebrada aquela que era a porta dos povos; agora se voltou para mim; eu me encherei; ela está devastada’. Portanto, assim diz o Senhor Deus: “Eis que sou contra ti, ó Tiro” (26:2-3). Visivelmente, em uma atitude de inveja e ganância comercial, a cidade de Tiro exultou nos infortúnios de Jerusalém, e esperava torná-los em seu próprio lucro. Entre a lista de atividades desprezíveis de Tiro, o comércio escravo da cidade estimava-se como um dos mais lucrativos. O profeta Joel notou que Tiro havia tomado o povo de Judá e Jerusalém e os vendido aos gregos, de modo que os tírios puderam “removê-los para longe de suas fronteiras” (Joel 3:6). Este procedimento covarde para com os habitantes de Judá não ficaria impune.

Em Ezequiel 26, o profeta mencionou vários eventos que ocorreriam em Tiro como castigo pela arrogância e ações inexoráveis da cidade. O que segue é uma extensa, mas necessária, citação desse capítulo.

Portanto assim diz o Senhor DEUS: “Eis que eu estou contra ti, ó Tiro, e farei subir contra ti muitas nações, como o mar faz subir as suas ondas, Elas destruirão os muros de Tiro, e derrubarão as suas torres; e eu lhe varrerei o seu pó, e dela farei uma penha descalvada. No meio do mar virá a ser um enxugadouro das redes; porque eu o falei, diz o Senhor DEUS; e servirá de despojo para as nações. E suas filhas, que estão no campo, serão mortas à espada; e saberão que eu sou o SENHOR”.

Porque assim diz o Senhor DEUS: “Eis que eu, desde o norte, trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com cavaleiros, e companhias, e muito povo. As tuas filhas que estão no campo, ele as matará à espada, e levantará um baluarte contra ti, e fundará uma trincheira contra ti, e levantará paveses contra ti. E disporá os seus aríetes contra os teus muros, e derrubará as tuas torres com os seus machados. Por causa da multidão de seus cavalos te cobrirá o seu pó; os teus muros tremerão com o estrondo dos cavaleiros, e das rodas, e dos carros, quando ele entrar pelas tuas portas, como os homens entram numa cidade em que se fez brecha. Com os cascos dos seus cavalos pisará todas as tuas ruas; ao teu povo matará à espada, e as tuas fortes colunas cairão por terra. E roubarão as tuas riquezas, e saquearão as tuas mercadorias, e derrubarão os teus muros, e arrasarão as tuas casas agradáveis; e lançarão no meio das águas as tuas pedras, e as tuas madeiras, e o teu pó. E farei cessar o ruído das tuas cantigas, e o som dos tuas harpas não se ouvirá mais. E farei de ti uma penha descalvada; virás a ser um enxugadouro das redes, nunca mais serás edificada; porque eu o SENHOR o falei”, diz o Senhor DEUS ...

Porque assim diz o Senhor DEUS: “Quando eu te fizer uma cidade assolada, como as cidades que não se habitam, quando eu fizer subir sobre ti o abismo, e as muitas águas te cobrirem, então te farei descer com os que descem à cova, ao povo antigo, e te farei habitar nas mais baixas partes da terra, em lugares desertos antigos, com os que descem à cova, para que não sejas habitada; e estabelecerei a glória na terra dos viventes. Farei de ti um grande espanto, e não mais existirás; e quando te buscarem então nunca mais serás achada para sempre”, diz o Senhor DEUS.

Vários aspectos desta profecia merecem atenção e cuidadoso escrutínio. O profeta predisse: (1) muitas nações viriam contra Tiro; (2) os habitantes das vilas e campos de Tiro seriam mortos; (3) Nabucodonosor construiria uma colina de assédio contra a cidade; (4) a cidade seria demolida e as pedras, a madeira e a terra seriam lançadas “no meio das águas”; (5) a cidade se tornaria um “lugar para escoadouro de redes”; e (6) a cidade nunca seria reedificada.

Em ordem cronológica, o cerco de Nabucodonosor ocorreu alguns meses depois da profecia de Ezequiel. Josefo, citando “os registros dos fenícios”, afirma que Nabucodonosor “sitiou Tiro durante treze anos nos dias de Itobal, seu rei” (Contra Ápion, 1.21). A extensão do cerco foi devido, em parte, à disposição incomum da cidade continental e da cidade insular. Embora a cidade continental fosse suscetível a táticas de assédio ordinárias, a cidade insular teria sido facilmente defendida contra os métodos clássicos de assédio (Fleming, p. 45). O registro histórico sugere que Nabucodonosor destruiu a cidade continental, mas o cerco da ilha “provavelmente terminou com a submissão nominal da cidade”, na qual Tiro se rendeu “sem receber o exército hostil dentro de suas muralhas” (p. 45). A cidade de Tiro foi cercada por Nabucodonosor, o qual provocou maior dano à continental, como Ezequiel predisse, mas a cidade insular permaneceu basicamente não afetada.

É neste ponto da discussão que alguns céticos vêem a profecia de Ezequiel como uma predição fracassada. Farrell Till declarou: “Nabucodonosor capturou de fato o subúrbio continental de Tiro, mas nunca conseguiu tomar a parte insular, que era a sede da grandeza tíria. Isto sendo assim, dificilmente se poderia dizer que Nabucodonosor deu largas à devastação total de Tiro que Ezequiel vituperativamente predisse nas passagens citadas” (n.d.). Till e outros sugerem que as profecias sobre a completa destruição de Tiro referem-se à obra de Nabucodonosor.

Porém, sob um exame cuidadoso do texto, tal interpretação está mal orientada. Ezequiel começou a sua profecia declarando que “muitas nações” viriam contra Tiro (26:3). Então, passou a citar Nabucodonosor, e disse que “ele” construiria uma colina de assédio, “ele” mataria com a espada, e “ele” faria diversas outras coisas (26:7-11). Contudo, em 26:12, o pronome muda do singular “ele” para o plural “elas”. É no verso 12 e nos seguintes que Ezequiel prediz que “elas” derrubariam as pedras e o material de construção de Tiro em “no meio das águas”. A mudança do pronome é de vasta importância, visto que isto altera o sujeito da ação de Nabucodonosor (ele) de volta para as muitas nações (elas). Till e outros não percebem esta mudança e erroneamente aplicam a completa destruição de Tiro aos esforços de Nabucodonosor.

Além disso, Ezequiel estava bem ciente do fracasso de Nabucodonosor em destruir a cidade. Dezesseis anos depois da sua predição inicial, no 27º. ano do cativeiro de Jeoiaquim (circa 570 a.C.), ele escreveu: “Filho do homem, Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro; toda a cabeça se tornou calva, e todo o ombro se pelou; e não houve paga de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra ela” (29:18). Portanto, com respeito à profecia de Tiro, enquanto diz respeito à atividade de Nabudoconosor, ao menos dois elementos foram cumpridos (i.e., a colina de assédio e a matança dos habitantes no campo).

A respeito da predição de que “muitas nações” viriam contra Tiro, os registros históricos em torno da ilustre cidade relatam tamanho tumulto e guerra que a profecia de Ezequiel parece ser um suave abrandamento dos fatos. Após o ataque de Nabudocodonosor à cidade, “um período de grande depressão” infestou a cidade, a qual foi assimilada ao Império Persa por volta de 538 a.C. (Fleming, p. 47). Em 392 a.C., “Tiro envolveu-se na guerra que se levantou entre os persas e Evagorus de Chipre”, na qual o rei do Egito “tomou Tiro de assalto” (p. 52). Sessenta anos depois, em 332, Alexandre o Grande sitiou Tiro e a esmagou (vede abaixo para detalhamento adicional). Logo após esta derrota, Ptolomeu do Egito conquistou e subjugou Tiro até cerca de 315 a.C., quando Antígono da Síria cercou Tiro durante 15 meses e a capturou (Fleming, p. 65). Na verdade, Tiro foi combatida por tantas forças estrangeiras que Fleming escreveu: “Parecia sempre que o destino das cidades fenícias estava entre a parte superior e inferior de uma mó” (p. 66). Babilônia, Síria, Egito, Roma, Grécia, Armênia e Pérsia são apenas uma amostra das “muitas nações” que tiveram parte na destruição final de Tiro. Assim, a profecia de Ezequiel sobre “muitas nações” permanece sendo uma realidade histórica que não pode ser negada com êxito.

Alexandre e Tiro

O relato histórico do procedimento de Alexandre o Grande com Tiro acrescenta outro ponto importante à profecia de Ezequiel. Por volta de 333 a.C., a profecia de Ezequiel de que Tiro seria destruída e seu material de construção lançado no meio das águas ainda estava por se materializar. Mas essa situação logo seria alterada. O historiador antigo Diodoro Sículo, que viveu aproximadamente de 80 a 20 a.C., escreveu amplamente acerca do procedimento do jovem conquistador grego com Tiro. É de sua obra original que se deriva grande parte da informação a seguir sobre a destruição de Tiro (vede Siculus, 1963, 17.40-46).

Em seu procedimento com Tiro, Alexandre afirmou que desejava fazer um sacrifício pessoal no templo de Herácles na cidade insular de Tiro. Aparentemente, porque os tírios consideravam seu refúgio insular virtualmente inexpugnável, com máquinas de guerra cobrindo as muralhas, e águas rápidas que funcionavam como uma barreira eficaz a um ataque continental, eles recusaram o seu pedido. Ao receber a sua recusa, Alexandre imediatamente começou a trabalhar em um plano para sitiar e conquistar a cidade. Ele iniciou a tarefa de construir uma ponte de terra ou passadiço (Sículo a chama de “dique”) desde a cidade continental de Tiro até a cidade insular. Sículo explicou: “Imediatamente ele demoliu o que era chamado de Antiga Tiro e pôs dezenas de milhares de homens para trabalhar carregando pedras para construir um dique” (17.40). Curtius Rufus notou: “Grandes quantidades de rocha estavam disponíveis, fornecidas pela antiga Tiro” (4.2.18). Esta ação sem precedentes apanhou os tírios de completa surpresa. Fleming observou: “Em tempos anteriores, a cidade havia se mostrado quase inexpugnável. Que o método de ataque de Alexandre não fosse previsto não é estranho, pois não havia precedente para o mesmo nos anais da guerra” (p. 56). E, contudo, ainda que esta ação fosse militarmente sem precedentes, era exatamente o que alguém poderia esperar a partir da descrição da destruição de Tiro dada por Ezequiel, centenas de anos antes das ações de Alexadnre. A cidade continental foi demolida e todas as suas pedras, madeira e terra foram lançados no meio do mar.
Esta visão aérea de Tiro mostra nitidamente a ponte terrestre que Alexandre
criou. Muito lodo e areia se acumularam através dos anos, ampliando a área do
passadiço original.
Apesar do fato de os tírios serem tomados de surpresa, eles não desanimaram, porque não acreditavam que os esforços de Alexandre prevaleceriam. Eles continuaram a manter a supremacia no mar, e fustigavam seus operários de todos os lados a partir de barcos que estavam equipados com catapultas, fundeiros e arqueiros. Estas táticas foram eficazes, matando muitos dos homens de Alexandre. Mas Alexandre não seria superado. Ele reuniu sua própria frota de navios desde as cidades próximas e conseguiu neutralizar a eficácia das embarcações tírias.

Com a chegada da frota marítima de Alexandre, o trabalho na ponte de terra moveu-se bem mais rapidamente. Contudo, quando a construção da ponte estava quase se completando, uma tempestade danificou uma grande seção do dique. Recusando-se a desistir, Alexandre reconstruiu a estrutura danificada e continou a mover-se adiante. Em desespero, os tírios enviavam mergulhadores para que impedissem a construção, prendendo ganchos às rochas e árvores do passadiço, causando muito dano (Rufus, 4.3.10). Contudo, estes esforços pelos tírios não puderam deter o exército de Alexandre e eventualmente a ponte se estendeu por toda a distância desde a cidade continental até a ilha. Imensas máquinas de sítio bombardearam as muralhas de Tiro. A descrição da luta por Sículo é um dos relatos mais vívidos de uma batalha na história antiga (17.43-46).

Eventualmente, os tírios foram derrotados, suas muralhas penetradas, e as forças de Alexandre entraram na cidade e a devastaram. A maioria dos homens de Tiro foram mortos em combate contínuo. Sículo registrou que aproximadamente 13.000 “não-combatentes” foram vendidos à escravidão (17.46) [Outros estimam um número ainda maior]. Ao descrever a devastação da cidade por Alexandre, Fleming escreveu: “Houve matança geral nas ruas e na praça. Os macedônios se enfureceram pela resistência obstinada da cidade e especialmente pelo assassinato recente de alguns dos seus compatriotas; por isso não mostraram misericórdia. Uma grande parte da cidade foi incendiada” (p. 63).

O registro histórico secular detalhando a destruição de Tiro por Alexandre coincide precisamente com a profecia de Ezequiel concernente ao que aconteceria com seus materiais de construção. Como Ezequiel havia predito, as pedras, a madeira e a terra da cidade continental foram lançadas em meio ao mar em uma manobra militar sem precedentes. Para Ezequiel ter “conjeturado” precisamente esta situação, seria necessário estender a lei da probabilidade além das raias do absurdo. Sua representação pontualmente exata dos fatos permanece como proeminente e surpreendente prova da inspiração divina por detrás da sua mensagem.

Aspectos Adicionais da Profecia de Tiro

Um dos aspectos mais disputados concernentes à profecia de Ezequiel é a declaração de que a cidade de Tiro “nunca mais seria edificada” (26:14), e “não seria mais para sempre” (28:19). O cético aponta para a Tiro moderna e sugere que estas declarações fracassaram em se materializar. Till declarou: “De fato, Tiro existe ainda hoje, como qualquer um capaz de ler um mapa pode verificar. Este óbvio fracasso de um profeta altamente angariado do Antigo Testamento é apenas mais um prego no esquife da doutrina da inerrância bíblica” (n.d.).

Várias soluções possíveis desfazem este suposto problema. Primeiro, poderia ser o caso de que a maior parte da profecia de Ezequiel tratasse da cidade continental de Tiro, cuja localização é mais provável que tenha se perdido permanentemente e esteja soterrada sob as águas do Mar Mediterrâneo. Esta solução possui mérito por diversas razões. Em aproximadamente 1170 a.D., um viajante judeu chamado Benjamin de Tudela publicou um diário de suas viagens. “Benjamin começou a sua jornada desde Saragossa, por volta do ano 1160, e durante o curso de treze anos visitou mais de 300 cidades em uma grande variedade de lugares, incluindo a Grécia, Síria, Palestina, Mesopotâmia e Pérsia” (Benjamin de Tudela, n.d.). Em suas memórias, inclui-se uma seção a respeito da cidade de Tiro.

Desde Sidom a jornada é de um dia e meio até Sarepta (Sarfend), a qual pertence a Sidom. A partir daí, é de meio dia até a Nova Tiro (Sur), que é uma cidade muito agradável, com um porto no seu centro ... Não há nenhum porto como este em todo o mundo. Tiro é uma bela cidade ... Na vizinhança encontra-se açúcar de alta qualidade, pois os homens plantam-no aqui, e as pessoas vêm de todas as terras para comprá-lo. Um homem pode subir nas muralhas da Nova Tiro e ver a antiga Tiro, que o mar agora encobriu, estando a um tiro de pedra desde a nova cidade. E, se alguém se importar em ir até lá de barco, poderá ver os castelos, mercados, ruas e palácios no leito do mar (1907, ênfase acrescentada).

A partir deste texto do século doze a.D., então, somos informados de que, por volta daquele tempo, a cidade conhecida como antiga Tiro estava completamente soterrada debaixo do mar, e uma nova cidade, mais provavelmente em alguma parte da ilha, havia sido erigida. George Davis, em seu livro Fulfilled Prophecies that Prove the Bible, incluiu uma foto de pescadores sírios sob a qual se via a seguinte legenda: “Pescadores sírios recolhendo suas redes no provável local da antiga Tiro, a qual pereceu conforme predito pelo profeta” (1931, p. 11). Em sua obra monumental sobre a cidade de Tiro, Katzenstein mencionou diversas fontes antigas que discutiam a posição da “Antiga Tiro”. Ele escreveu: “Mais tarde esta cidade foi demolida por Alexandre o Grande em seu famoso cerco de Tiro, e desapareceu totalmente, com a mudança da linha costeira criada pelo dique e os depósitos aluviais que transformaram Tiro em uma península” (1973, p. 15, ênfase acrescentada).

É bem provável o caso de que o local específico da antiga Tiro tenha sido soterrado por areia e água durante o curso dos últimos 2.500 anos, e esteja perdido ao conhecimento moderno. Que o profeta estava falando sobre a cidade continental, com respeito a muitos aspectos da sua profecia, tem muito em sua recomendação. Foi para essa cidade continental que o rei Nabucodonosor mais dirigiu a sua atenção e medidas destrutivas descritas em Ezequiel 26:8-11. Além disso, foi a cidade continental que Alexandre destruiu completamente e lançou no mar para construir o seu passadiço até a cidade insular. Ademais, a citação de Benjamin Tudela corresponde precisamente à declaração que o profeta fez na última parte do capítulo 26: “Pois assim diz o Senhor Deus: ‘Quando eu te fizer uma cidade desolada, como as cidades que não são habitadas, quando eu trouxer a profundeza sobre ti, as grandes águas te cobrirem’” (26:19, ênfase acrescentada). Ademais, Katzenstein observou que o estudioso H. L. Ginsberg sugeriu que o nome “Grande Tiro” fosse dado à cidade continental, enquanto a cidade insular fosse designada como “Pequena Tiro” (p. 20). Ele ainda notou 2 Samuel 24:7, que menciona “a fortaleza de Tiro”, e comentou que isto “pode se referir à ‘Antiga Tiro’”, ou à cidade continental (p. 20).

Além da idéia de que a parte principal da profecia lidava com a cidade continental, existem outras soluções possíveis que satisfariam suficientemente aos critérios de que Tiro “nunca mais seria edificada” e “não seria mais para sempre”. Embora seja verdade que atualmente exista de fato uma cidade sobre a ilha, esta cidade não é uma Tiro “reedificada”, e não tem nenhuma conexão real com a cidade condenada por Ezequiel, exceto o seu local. Se a história de Tiro for mais perfeitamente traçada, torna-se evidente que até mesmo a cidade insular de Tiro sofreu completa destruição. Fleming notou que, em aproximadamente 193 a.D., “Tiro foi saqueada e queimada após um terrível morticínio de seus cidadãos” (1966, p. 73). Por volta do ano 1085, os egípcios “conseguiram submeter Tiro, a qual por muitos anos havia sido praticamente independente” (p. 85). Mais uma vez, por volta de 1098, o vizir do Egito “entrou na cidade e massacrou um grande número de pessoas” (p. 88). Ademais, a cidade foi sitiada em 1111 a.D. (p. 90), e novamente em abril de 1124 (p. 95). Por volta do ano 1155, os egípcios entraram em Tiro, “fizeram um ataque repentino com fogo e espada ... e levaram muitos prisioneiros e muito saque” (p. 101).

Além das campanhas militares contra a cidade, ao menos dois grandes terremotos castigaram a cidade, dos quais um “arruinou a muralha em torno da cidade” (p. 115). E, finalmente, em 1291 a.D., o sultão Halil massacrou os habitantes de Tiro e submeteu a cidade a completa ruína. “Casas, fábricas, templos, tudo na cidade foi entregue à espada, às chamas e à ruína” (p. 122). Após esta grande derrota em 1291, Fleming cita alguns registros de viagem em que visitantes da cidade mencionam que os cidadãos da área em 1697 eram “apenas uns pobres miseráveis ... subsistindo principalmente da pesca” (p. 124). Em 1837, outro terremoto triturou os vestígios da cidade, de modo que as ruas se encheram de escombros de casas desabadas, a tal ponto que eram intransponíveis (p. 128).

Tendo estes eventos em consideração, é óbvio que muitas nações continuaram a vir contra a cidade insular, que ela foi destruída em diversas ocasiões, e que tornou-se um lugar de pesca, cumprindo a predição de Ezequiel sobre o enxugadouro de redes. Além disso, é evidente que os múltiplos períodos de destruição e reconstrução da cidade desde muito tempo soterraram a cidade fenícia que esteve sob a condenação de Ezequiel. A Columbia Encyclopedia, sob o verbete Tiro, notou: “As principais ruínas da cidade hoje são as dos edifícios erigidos pelos cruzados. Existem alguns vestígios greco-romanos, mas nenhum deixado pelos fenícios encontra-se abaixo da cidade atual” (“Tiro”, 2006, ênfase acrescentada).

Concernente à condição atual de Tiro, outras fontes notaram que o “contínuo povoamento tem restringido a excavação até os níveis bizantino e romano, e a informação sobre a cidade fenícia deriva-se apenas de fontes documentárias” (“Tiro Antiga ...”, n.d., ênfase acrescentada). Outro relato confirmou: “Os vestígios escavados são dos tempos pós-fenício greco-romano, cruzado, árabe e bizantino ... Quaisquer sinais da cidade fenícia ou foram destruídos há muito tempo ou permanecem soterrados sob a cidade moderna” (“Fenícia Antiga”, n.d., ênfase acrescentada). Assim, a única relação que a cidade atual mantém com a antiga do tempo de Ezequiel é o local, e os edifícios, ruas e outras características atuais são versões não “reedificadas” da cidade original. Se a profecia de Ezequiel se estendia à cidade insular do mesmo modo que à cidade continental, pode-se defender legitimamente que as ruínas que jazem sob a cidade não foram “reedificadas”.

Quando Ezequiel Profetizou?

Alguns têm questionado a data da composição de Ezequiel, devido à impressionante precisão da profecia em relação às suas predições concernentes a Tiro. Contudo, o livro de Ezequiel possui muita coisa que favorece a idéia de que foi composto por Ezequiel durante o tempo que alega ter sido escrito. Quando Ezequiel escreveu seu material? Kenny Barfield notou que, apesar da crença de que a revelação sobrenatural seja impossível,

nenhuma evidência apóia a tese de que as predições de Ezequiel foram redigidas posteriormente a 400 a.C. Ademais, o livro (Ez 1:1; 8:1; 33:1; 40:1-4) afirma ter sido composto pelo profeta em algum momento do século sexto a.C., e Josefo atribui o livro ao profeta hebreu durante o tempo em questão (1995, p. 98).

Além disso, Ezequiel foi incluído na Septuaginta, a qual é a “versão mais antiga das Escrituras do Antigo Testamento” disponível – uma tradução do hebraico para o grego que foi “executada em Alexandria no século três antes da era cristã” (Septuaginta, 1998, p. i).

Simon Greenleaf, advogado que é famoso por ter representado um papel importante na fundação da Faculdade de Direito de Harvard, e por ter escrito o Treatise on the Law of Evidence, escrutinou diversos documentos bíblicos à luz dos procedimentos praticados em um tribunal de direito. Ele observou uma das leis primárias concernentes a documentos antigos: “Todo documento, aparentemente antigo, procedente do repositório ou custódia própria, e não trazendo em seu aspecto nenhum sinal evidente de falsificação, a lei presume ser genuíno, e transfere à parte opositora o ônus de prová-lo ser o contrário” (1995, p. 16). Ele então notou que “este é precisamente o caso com os Escritos Sagrados. Eles têm sido usados na igreja desde tempo imemorial, e assim se encontram no lugar onde exclusivamente deveriam ser buscados” (pp. 16-17). Especificamente com respeito a Ezequiel, este é exatamente o caso. Se o profeta o escreveu no século sexto a.C., sua obra está exatamente onde deveria estar, traduzida na Septuaginta por volta do ano 250 a.C., e mencionada como sendo do período de tempo apropriado por Josefo, aproximadamente em 90 a.D.

Ademais, o mundo erudito reconheceu a autenticidade e data original de composição do livro de forma virtualmente unânime por quase 1.900 anos. Os eminentemente respeitados estudiosos de hebraico Keil e Delitzsch, que escreveram no final do século XIX, comentaram: “A autenticidade das profecias de Ezequiel é, nos dias de hoje, unanimemente reconhecida por todos os críticos. Além disso, não existe mais qualquer dúvida de que o registro e a redação delas no volume que foi transmitido a nós foi obra do próprio profeta” (1982, 9:16). De fato, Archer notou que nenhuma objeção séria à integridade do livro foi sequer apresentada até 1924 (1974, p. 369).

Objeções à Autenticidade de Ezequiel Consideradas

Com respeito às objeções que têm se apresentado, conforme notou Greenleaf, o ônus da prova concernente à autenticidade de Ezequiel está com aqueles que o consideram não-autêntico. Contudo, longe de provar tal coisa, eles têm apresentado sugestões sutis baseadas em supostas inconsistências internas. Primeiro, estes críticos têm proposto que a obra não poderia ser de um só homem, visto que algumas seções estão cheias de descrições de condenação e destruição, enquanto outras ressoam com esperança e livramento. Esta suposta inconsistência mantém pouco peso, conforme notou Miller:

Naturalmente, este ponto de vista está baseado em considerações puramente subjetivas. Não existe nenhuma razão inerente que impeça um único escritor de apresentar ambas as ênfases. Na verdade, virtualmente todos os profetas do Antigo Testamento anunciam juízo sobre o povo de Deus e/ou seus vizinhos e depois fazem seguir essa sentença de juízo com palavras de esperança e restauração futura, se houver arrependimento ... Deve-se estar de posse de uma perspectiva preconceituosa ao abordar a Escritura para se chegar a tal conclusão (1995, p. 138).

A segunda objeção à integridade de Ezequiel tem pouco em recomendação pouco mais do que a primeira. A segunda “prova” da suposta natureza inautêntica do livro gira em torno do fato de que, em certas seções, Ezequiel parece ser uma testemunha ocular dos eventos que estão acontecendo na Palestina, enquanto ao mesmo tempo ele alega estar escrevendo desde Babilônia. Esta objeção pode ser tratada rapidamente de uma dupla maneira. Primeiro, seria possível, e muito provável, que as notícias viajassem desde o remanescente dos israelitas ainda livres na Palestina até aos cativos na Babilônia. Segundo, e mais provavelmente, se Ezequiel era guiado por inspiração divina, ele poderia ter recebido a capacidade de conhecer eventos na Palestina que não via (vede Miller, 1995, pp. 138-139). Levando em consideração a profecia de Tiro, está claro que Ezequiel de fato possuía/recebia revelação que lhe permitia relatar eventos que não havia visto e que ainda estavam por acontecer.

Uma terceira objeção à autenticidade de Ezequiel na verdade não se mostra ser uma objeção de modo algum, mas antes uma confirmação da integridade de Ezequiel. W. F. Albright, o eminente e respeitado arqueólogo, notou que um dos “principais argumentos contra a autenticidade da profecia” (do livro de Ezequiel – KB) de C. C. Torrey era o fato de que Ezequiel data as coisas pelos “anos do cativeiro de Jeoiaquim” (1948, p. 164). Supostamente, Jeoiaquim não teria sido aludido como “rei”, visto que se encontrava cativo em outra terra e não mais governava em sua própria terra. Até cerca de 1940, este argumento parecia possuir algum mérito. Mas, nesse ano, foram trazidas à luz tabuinhas babilônicas contendo uma inscrição cuneiforme apresentando a descrição babilônica de Jeoiaquim como rei de Judá, ainda que estivesse em cativeiro (p. 165). Albright concluiu dizendo: “As datas incomuns em Ezequiel, muito longe de serem indicações de que o livro não é autêntico, provam a sua autenticidade de um modo mui surpreendente” (p. 165).

Devido ao fato de que os críticos modernos têm fracassado em assumir o ônus da prova posto sobre eles para desacreditar a integridade e autenticidade de Ezequiel, Smith corretamente declarou: “Os estudos críticos do Livro de Ezequiel durante os últimos cinqüenta anos mais ou menos têm em grande parte se anulado uns aos outros. A situação agora é muito idêntica a de antes de 1924 (a obra de Hoelscher), quando a unidade e integridade do livro eram geralmente aceitas pelos críticos” (Smith, 1979, p. 33). Miller corretamente concluiu: “Todas as teorias e especulações que trazem em questionamento a unidade e integridade do livro de Ezequiel são dúbias ... A visão mais convincente é a tradicional, que vê Ezequiel como o há muito reconhecido profeta hebreu do século sexto e autor do livro do Antigo Testamento que traz o seu nome” (1995, p. 139).

Conclusão

Tão precisas foram as profecias feitas por Ezequiel que os céticos foram forçados a sugerir uma data posterior para os seus escritos. Contudo, tal data posterior não pode ser sustentada, e a admissão da precisão de Ezequiel permanece como evidência irrefutável da inspiração divina do profeta. Com o olhar penetrante que só pode ser mantido pelo divino, Deus contemplou centenas de anos no futuro e instruiu Ezequiel precisamente quanto ao que escrever, para que, nos séculos posteriores às predições, o cumprimento de cada detalhe das palavras do profeta não pudessem ser negados por nenhum estudante honesto da história. “Quando a palavra do profeta se cumprir, o profeta será conhecido como aquele que o Senhor verdadeiramente enviou” (Jeremias 28:9). A profecia precisa de Ezequiel acrescenta mais uma evidência insuperável ao fato de que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16).

Referências

Albright, W.F. (1948), “The Old Testament and Archaeology,” Old Testament Commentary, ed. Herbert Alleman and Elmer Flack (Philadelphia, PA: Muhlenberg Press).
“Ancient Phoenicia” (no date), [On-line], URL: http://gorp.away.com/gorp/location/africa/phonici5.htm.
“Ancient Tyre (Sour)” (no date), [On-line], URL: http://ancientneareast.tripod.com/Tyre.html.
Archer, Gleason L. Jr. (1974), A Survey of Old Testament Introduction (Chicago, IL: Moody), revised edition.
Barfield, Kenny (1995), The Prophet Motive (Nashville, TN: Gospel Advocate).
Benjamin of Tudela (no date), “Traveling in Jerusalem,” [On-line], URL: http://chass.colostate-pueblo.edu/history/seminar/benjamin.htm.
Benjamin of Tudela (1907), The Itinerary of Benjamin of Tudela (New York, NY: The House of the Jewish Book), [On-line], URL: http://chass.colostate-pueblo.edu/history/seminar/benjamin/ benjamin1.htm.
Davis, George T.B. (1931), Fulfilled Prophecies that Prove the Bible (Philadelphia, PA: Million Testaments Campaign).
Fleming, Wallace B. (1966), The History of Tyre (New York, NY: AMS Press).
Free, Joseph P. and Howard F. Vos (1992), Archaeology and Bible History (Grand Rapids, MI: Zondervan).
Greenleaf, Simon (1995), The Testimony of the Evangelists (Grand Rapids, MI: Kregel Classics).
Herodotus, (1972 reprint), The Histories, trans. Aubrey De Sélincourt (London: Penguin).
Josephus, Flavius (1987), The Life and Works of Flavius Josephus: Against Apion, trans. William Whitson (Peabody, MA: Hendrickson).
Katzenstein, Jacob (1973), The History of Tyre (Jerusalem: The Schocken Institute for Jewish Research).
Keil, C.F. and F. Delitzsch (1982 reprint), Commentary on the Old Testament—Ezekiel and Daniel(Grand Rapids, MI: Eerdmans).
Miller, Dave (1995), “Introduction to Ezekiel,” Major Lessons from the Major Prophets, ed. B.J. Clarke (Pulaski, TN: Sain Publications).
Rufus, Quintus Curtius (2001), The History of Alexander, trans. John Yardley (New York, NY: Penguin).
Septuagint (1998 reprint), (Peabody, MA: Hendrickson).
Siculus, Diodorus (1963), Library of History, trans. C. Bradford Welles (Cambridge, MA: Harvard University Press).
Smith, James (1979), Ezekiel (Joplin, MO: College Press).
Till, Farrell (no date), “Prophecies: Imaginary and Unfulfilled,” [On-line], URL: http://www.infidels.org/library/modern/farrell_till/prophecy.html.
“Tyre” (2006), Columbia Encyclopedia, [On-line], URL: http://yahooligans.yahoo.com/reference/encyclopedia/entry?id=48355.

Copyright © 2006 Apologetics Press

Fonte: Apologetics Press (http://www.apologeticspress.org)
Tradução: Rodrigo Reis de Faria

3 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa! Sou professor de História e me ressinto da dificuldade de encontrar material apologético de qualidade e acessível. Muito obrigado e que o Senhor Jesus o abençoe!

    ResponderExcluir
  2. Gostaria de parabenizar pelas suas pesquisas e anelo pelo entendimento Bíblico. Daniel 12:9, 10. Que Jeova Deus continue por meio de seu espírito santo revelando seus propósitos à você.

    ResponderExcluir
  3. Gostaria de parabenizar pelas suas pesquisas e anelo pelo entendimento Bíblico. Daniel 12:9, 10. Que Jeova Deus continue por meio de seu espírito santo revelando seus propósitos à você.

    ResponderExcluir