sexta-feira, 26 de junho de 2015

Criticismo Histórico e a Bíblia

Michael Gleghorn
O Que é Criticismo Histórico?
Ao longo da história do Cristianismo, estudantes da Bíblia têm usado muitos métodos diferentes para interpretar o texto. Mas, desde o Iluminismo, um método particular (ou melhor, uma família de métodos) tem sido muito influente, especialmente na Academia.(1) Estou falando do que é muitas vezes chamado de criticismo histórico, ou método crítico-histórico de interpretação bíblica.
Então, o que é criticismo histórico, você pergunta. Embora o termo seja usado em diferentes sentidos, aqui eu o usarei para se referir a um método de interpretação que procura ler a Bíblia como um documento puramente humano do passado distante. Em outras palavras, o método crítico-histórico tipicamente não considera a Bíblia como divinamente inspirada. Ela é meramente um livro humano, como qualquer outro, e assim deve ser lida como qualquer outro livro.(2)
No passado (e, até certo ponto, hoje em dia também) os estudiosos gostavam de descrever este método como sendo de caráter "científico", capaz de obter resultados interpretativos "seguros" e "objetivos". Mas os críticos contam uma história diferente. Por exemplo, Eta Linnemann, que antes da sua conversão ao Cristianismo era um acadêmico e patrocinador muito respeitado do criticismo histórico, afirma que, na prática, o assim chamado caráter "científico" deste método está baseado em uma suposição a priori do naturalismo, talvez até do ateísmo. Como Linnemann observa, "a pesquisa é conduzida ... como se não existisse Deus".(3)
Outro crítico deste método é o famoso filósofo cristão Alvin Plantinga. Após repassar certos princípios de investigação histórica que muitos críticos históricos apoiariam, Plantinga nota que estes princípios são entendidos como se "impedissem" o envolvimento direto de Deus no mundo.(4) Por causa disto, ele nota, tais princípios "implicam que Deus na verdade não inspirou especialmente nenhum autor humano de um modo tal que aquilo que escreveram fosse realmente um discurso divino dirigido a nós; nem ... realizou milagres de qualquer outro tipo".(5)

Como tenho certeza de que você pode ver, ao menos alguns dos resultados deste método ocorrem simplesmente por causa das suposições que o intérprete traz para o texto. O problema, porém, é que as suposições são enviesadas contra o Cristianismo e em favor do naturalismo. Devemos, então, pensar mais criticamente a respeito do método crítico-histórico. Mas, primeiro, precisamos de um pouco de contexto sobre como e quando este método se originou.
As Origens do Criticismo Histórico
Embora muitos estudiosos tenham ajudado a desenvolver o método crítico-histórico, Johann Salomo Semler, um teólogo do século dezoito, é em grande parte considerado como seu "pai".(6) Semler estava primariamente interessado em "trabalho crítico" sobre o cânon dos escritos bíblicos.(7) Para os nossos propósitos, o "cânon" pode ser simplesmente considerado como os livros do Antigo e Novo Testamentos. A Igreja considera estes livros como a Palavra divinamente inspirada de Deus e, por isso, completamente peremptória para a fé e prática cristã.
Semler, porém, considerava estes livros (especialmente os do Antigo Testamento) como sendo em grande parte de mero interesse histórico. Eles poderiam nos dar alguma informação interessante sobre a religião do antigo Israel ou (no caso do Novo Testamento) as crenças da igreja primitiva, mas não podiam ser considerados, ao menos em sua inteireza, como a Palavra de Deus divinamente inspirada.(8) Por isso, Semler foi levado a fazer uma distinção entre "as Escrituras e a Palavra de Deus".(9) Embora a Igreja sempre tivesse considerado as Escrituras como sendo a Palavra de Deus, Semler fez uma distinção entre elas. Em sua opinião, "alguns livros pertencem à Bíblia por decisões históricas de tempos passados, mas não tornam sábio para a salvação".(10) Livros desta natureza, ele raciocinava, ainda podem ser chamados de "Escritura" (pois fazem parte do cânon bíblico), mas não são a Palavra de Deus (pois, em sua visão, não são divinamente inspirados).
Embora o criticismo histórico continuasse a se desenvolver depois de Semler, é fácil ver por que muitos o consideram como o "pai" deste método. Em seu próprio estudo da Bíblia, Semler geralmente desprezava qualquer reivindicação que ela ou a igreja pudessem fazer a respeito da sua inspiração e autoridade divina, e procurava, ao invés disso, ler a Bíblia como qualquer outro livro. Na opinião do teólogo Gerhard Maier, é "a aceitação geral" da visão de Semler que "afundou a teologia em uma interminável cadeia de perplexidades e contradições internas".(11) Antes de examinarmos essas dificuldades, porém, devemos considerar primeiro por que tantos estudiosos dão valor ao método crítico-histórico.
Alguns Benefícios Propostos do Criticismo Histórico
Para começar, virtualmente todos concordam que, quando você está tentando entender um livro da Bíblia, pode ser útil saber algo a respeito da origem do livro. Quem foi o autor? Quando ele viveu? Que tipo de coisas estavam acontecendo no tempo em que o livro foi escrito? O autor foi influenciado por alguma destas coisas, ou tentou responder a elas de algum modo? Para quem ele estava escrevendo? Como poderiam tê-lo compreendido? Responder a tais perguntas muitas vezes pode esclarecer o que o autor estaria tentando comunicar em seu livro. Os críticos históricos estão certos em ver isto como parte importante do entendimento dos livros da Bíblia. E quase todo mundo está de acordo neste ponto.(12)
Mais controversos seriam os princípios de investigação histórica originalmente propostos por Ernst Troeltsch em um ensaio escrito em 1898.(13) Estes princípios ainda são geralmente abraçados (embora com algumas modificações) por críticos históricos modernos.(14) Em poucas palavras, Troeltsch propunha três princípios que podem ser simplesmente chamados de princípios de criticismo, analogia e correlação.(15) Embora não haja uma concordância universal sobre como esses princípios deveriam ser usados na prática real da pesquisa histórica, os estudiosos crítico-históricos geralmente têm considerado esses princípios como guias úteis para avaliar criticamente o que está escrito na Bíblia, em seu esforço de determinar o que realmente aconteceu. Este é considerado um grande benefício do criticismo histórico. Pois, antes de simplesmente aceitar acriticamente as reivindicações de um autor bíblico, os princípios de Troeltsch fornecem algum auxílio em avaliar criticamente esses relatos a fim de se definir sua credibilidade.(16)
Agora, em certo sentido isto é recomendável, pois é bom buscar a verdade sobre o que a Bíblia está tentando nos ensinar. Mas há um problema sobre como esses princípios são tipicamente entedidos pelos estudiosos crítico-históricos. Como o filósofo cristão Alvin Plantinga nos lembra, esses estudiosos geralmente tomam esses princípios à exclusão de qualquer "ação divina direta no mundo".(17) Ou seja, tais princípios nos proíbem de crer que Deus tenha intervindo diretamente no mundo que Ele criou. E, para os cristãos, isto representa uma verdadeira dificuldade com o criticismo histórico.
Alguns Problemas com o Criticismo Histórico
De acordo com os estudiosos cristãos Norman Geisler e William Nix, um problema fundamental com o criticismo histórico é que "ele se baseia em um viés anti-sobrenatural injustificado, que se sobrepõe aos documentos bíblicos".(18) Isto pode ser visto facilmente ao se examinar algumas das coisas que têm sido escritas por proponentes e advogados deste método.
Por exemplo, Rudolf Bultmann, que estava interessado em "desmitologizar" o Novo Testamento, escreveu suas famosas palavras: "É impossível usar energia elétrica... e nos valermos das descobertas médicas modernas... e ao mesmo tempo crer no mundo de espíritos e milagres do Novo Testamento".(19) Semelhantemente, outro teólogo escreveu que o que quer que os autores bíblicos possam ter crido sobre tais coisas, "nós cremos que o povo bíblico viveu no mesmo" mundo que nós, ou seja, "um mundo que não transpirava maravilhas divinas, e em que nenhuma voz divina era ouvida".(20)
Agora, se perguntarmos a esses estudiosos por que devemos pensar que milagres são inacreditáveis ou impossíveis, geralmente notaremos bem rápido que as respostas são muitas vezes breves em argumentos e longas em suposições. Ou seja, tais estudiosos tipicamente apenas assumem que Deus não está diretamente envolvido no mundo, e que milagres nunca acontecem. Mas, se um Criador pessoal do universo existe (e existem bons motivos para pensar que sim), então, por que deveríamos simplesmente assumir que Ele nunca interviria diretamente no mundo que criou? Tal intervenção dificilmente pareceria impossível. E, se produzisse um efeito que não aconteceria, caso a natureza fosse deixada sozinha, então, isto poderia com muita propriedade ser considerado um milagre.
Assim, parece-me que, se um Deus pessoal existe, então, milagres são possíveis. E, se milagres são possíveis, então, não é nada mais do que "um preconceito anti-sobrenatural e injustificado" (como Geisler e Nix afirmam) simplesmente assumir que os relatos de milagres da Bíblia são todos falsos e inacreditáveis. E, visto que o criticismo histórico da Bíblia muitas vezes começa com essa suposição, parece que oferece um método inadequado para ler corretamente a Bíblia.
Uma Alternativa ao Criticismo Histórico
Tendo examinado alguns problemas com o criticismo histórico, podemos agora considerar uma alternativa preferível, a saber, a interpretação teológica.(21)
Então, o que é a interpretação teológica? Do modo como estou usando o termo aqui, é um método de ler a Bíblia como um cristão, com o propósito "de conhecer a Deus e de ser formado para a piedade".(22) A interpretação teológica exige uma explicação sóbria e séria do que o Cristianismo é, acredita e ensina. Ela procura, então, ler e interpretar a Bíblia como "uma palavra de Deus sobre Deus".(23)
É um modo radicalmente diferente de ler a Bíblia daquele praticado pelos críticos históricos. É claro que, como o teólogo Russell Reno nos lembra, "obviamente existe uma dimensão histórica" para a verdade encontrada na Bíblia. "Contudo", continua, "ser cristão é crer que a verdade encontrada na Bíblia é exatamente a mesma verdade que adentramos por meio do batismo, a mesma verdade que confessamos em nossos credos, a mesma verdade que recebemos no pão e vinho da Eucaristia".(24)
Mas o criticismo histórico procura ler a Bíblia do mesmo modo que alguém leria qualquer outro livro do mundo antigo. Ele assume que a Bíblia é meramente um livro humano. O único modo de entender realmente um livro da Bíblia, então, é tentar entender como se originou e o que o autor original estava tentando dizer.
A interpretação teológica, por outro lado, não vê a Bíblia como um livro meramente humano. É claro que ela percebe que cada um dos livros bíblicos tem um autor humano. Mas ela também insiste, juntamente com o ensino consensual da comunidade cristã, que cada um destes livros também tem um autor divino.(25) Assim, ela vê a Bíblia como um documento divinamente inspirado.
Será este um modo legítimo de ler a Bíblia? Alvin Plantinga escreveu extensamente sobre a teoria do conhecimento.(26) De acordo com ele, o estudioso bíblico que também é cristão "tem o pleno direito de assumir a crença cristã ao seguir suas investigações". Fazer isto, diz ele, é tão legítimo como assumir os princípios do criticismo histórico.(27) Na verdade, para o cristão é indiscutivelmente melhor – pois permite que leiamos a Bíblia em continuidade com a tradição e a fé que professamos e cremos.
Uma Alternativa ao Criticismo Histórico
Tendo examinado alguns problemas com o criticismo histórico, podemos agora considerar uma alternativa preferível, a saber, a interpretação teológica.(21)
Então, o que é a interpretação teológica? Do modo como estou usando o termo aqui, é um método de ler a Bíblia como um cristão, com o propósito "de conhecer a Deus e de ser formado para a piedade".(22) A interpretação teológica exige uma explicação sóbria e séria do que o Cristianismo é, acredita e ensina. Ela procura, então, ler e interpretar a Bíblia como "uma palavra de Deus sobre Deus".(23)
É um modo radicalmente diferente de ler a Bíblia daquele praticado pelos críticos históricos. É claro que, como o teólogo Russell Reno nos lembra, "obviamente existe uma dimensão histórica" para a verdade encontrada na Bíblia. "Contudo", continua, "ser cristão é crer que a verdade encontrada na Bíblia é exatamente a mesma verdade que adentramos por meio do batismo, a mesma verdade que confessamos em nossos credos, a mesma verdade que recebemos no pão e vinho da Eucaristia".(24)
Mas o criticismo histórico procura ler a Bíblia do mesmo modo que alguém leria qualquer outro livro do mundo antigo. Ele assume que a Bíblia é meramente um livro humano. O único modo de entender realmente um livro da Bíblia, então, é tentar entender como se originou e o que o autor original estava tentando dizer.
A interpretação teológica, por outro lado, não vê a Bíblia como um livro meramente humano. É claro que ela percebe que cada um dos livros bíblicos tem um autor humano. Mas ela também insiste, juntamente com o ensino consensual da comunidade cristã, que cada um destes livros também tem um autor divino.(25) Assim, ela vê a Bíblia como um documento divinamente inspirado.
Será este um modo legítimo de ler a Bíblia? Alvin Plantinga escreveu extensamente sobre a teoria do conhecimento.(26) De acordo com ele, o estudioso bíblico que também é cristão "tem o pleno direito de assumir a crença cristã ao seguir suas investigações". Fazer isto, diz ele, é tão legítimo como assumir os princípios do criticismo histórico.(27) Na verdade, para o cristão é indiscutivelmente melhor – pois permite que leiamos a Bíblia em continuidade com a tradição e a fé que professamos e cremos.
Notas
1. Gregory Dawes, por exemplo, nota que tanto o criticismo da forma como o criticismo da redação cairiam sob o guarda-chuva do criticismo histórico. Veja Gregory Dawes, "'A Certain Similarity to the Devil': Historical Criticism and Christian Faith," in Interdisciplinary Perspectives on the Authority of Scripture: Historical, Biblical, and Theoretical Perspectives, ed. Carlos R. Bovell (Eugene, OR: Pickwick Publications, 2011), 354.
2. Benjamin Jowett, "On the Interpretation of Scripture," in Josephine M. Guy, The Victorian Age: An Anthology of Sources and Documents. n.p.: Routledge, 1998. eBook Collection (EBSCOhost), EBSCOhost (accessed February 9, 2013), 295.
3. Veja Eta Linnemann, Historical Criticism of the Bible: Methodology or Ideology? trans., Robert Yarbrough (Grand Rapids: Kregel, 2001), 84.
4. Alvin Plantinga, "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in "Behind" the Text: History and Biblical Interpretation, edited by Craig Bartholomew, C. Stephan Evans, Mary Healy and Murray Rae (Grand Rapids: Zondervan, 2003), 33.
5. Ibid.
6. James C. Livingston, Modern Christian Thought: The Enlightenment and the Nineteenth Century, 2nd ed. (Minneapolis: Fortress Press, 2006), 29.
7. Ibid.
8. Peter Stuhlmacher, Historical Criticism and Theological Interpretation of Scripture: Toward a Hermeneutics of Consent (Philadelphia: Fortress Press, 1977), 38-40.
9. Edgar Krentz, The Historical-Critical Method (Eugene, OR: Wipf and Stock, 2002), 19.
10. Ibid.
11. A primeira sentença do livro de Maier declara: "A aceitação geral do conceito básico de Semler de que a Bíblia deve ser tratada como qualquer outro livro afundou a teologia em uma corrente de perplexidades e contradições internas sem fim". Veja Gerhard Maier, The End of the Historical-Critical Method, trans., Edwin W. Leverenz and Rudolph F. Norden (Eugene, OR: Wipf and Stock, 2001), 11.
12. Plantinga, fazendo eco à linguagem de Robert Gordon, admite que poderíamos nos referir à tentativa de responder a tais questionamentos como uma forma "autorizada" de criticismo bíblico histórico. Veja Alvin Plantinga, "Reason and Scripture Scholarship: A Response to Robert Gordon and Craig Bartholomew," in "Behind" the Text, 94.
13. Para os interessados neste ensaio, vejam Ernst Troeltsch, "Historical and Dogmatic Method in Theology (1898)," trans. E. Fischoff, rev. W. Bense in Religion in History-Ernst Troeltsch: Essays, trans. J. L. Adams and W. F. Bense (Edinburgh: T. & T. Clark, 1991).
14. Edgar Krentz declara: "Os historiadores contemporâneos usam os três princípios de Troeltsch, mas com significativas modificações" (The Historical-Critical Method, 56). Contudo, não parece necessário qualificar as modificações dos princípios de Troeltsch por estudiosos crítico-históricos praticantes com o adjetivo "significativas", pois (até certo ponto, na minha opinião) eles são geralmente mais severos ao avaliar criticamente as fontes com que estão lidando do que o historiador mediano é com as suas.
15. Para duas discussões muito úteis dos princípios de Troeltsch, veja a discussão de Alvin Plantinga sobre o "Troeltschian HBC" in "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in "Behind" the Text, 31-35, bem como a discussão de Gregory Dawes in "'A Certain Similarity to the Devil': Historical Criticism and Christian Faith," in Interdisciplinary Perspectives on the Authority of Scripture, 358-70. Embora Plantinga e Dawes cheguem a conclusões diferentes sobre se e como os princípios de Troeltsch podem ser legitimamente empregados, vale muito a pena ler ambas as discussões.
16. Stuhlmacher, Historical Criticism and Theological Interpretation of Scripture, 45.
17. Alvin Plantinga, "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in "Behind" the Text, 33.
18. Norman L. Geisler and William E. Nix, A General Introduction to the Bible: Revised and Expanded (Chicago: Moody Press, 1986), 440.
19. Rudolf Bultmann, "New Testament and Mythology," in Kerygma and Myth, editado by Hans Werner Bartsch (New York: Harper and Row, 1961), 5.
20. Langdon Gilkey, "Cosmology, Ontology, and the Travail of Biblical Language," reprinted in Owen C. Thomas, ed., God's Activity in the World: the Contemporary Problem (Chico, CA: Scholar's Press, 1983), 31; citado in Alvin Plantinga, "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in "Behind" the Text, 34.
21. Kevin Vanhoozer define "interpretação teológica" como "o processo de manter as práticas canônicas vivas e bem na comunidade dos crentes". Um pouco mais adiante, ele descreve uma "prática canônica" como um "uso divinamente autorizado da linguagem e literatura, que, quando aprendida, apresenta e forma a Cristo". Como exemplos de "prática canônica", ele discute, primeiro, a interpretação tipológica, ou cristológica, do Antigo Testamento à luz da pessoa e obra de Jesus Cristo e, em segundo lugar, a oração. Ele conclui sua discussão notando: "os cristãos aprendem a falar sobre, a pensar sobre, e a viver para Deus interiorizando as diversas práticas canônicas que abrangem as Escrituras. Participando de tais práticas – interpretando figurativamente, orando ao Pai, e assim por diante – os cristãos crescem na fé para o entendimento". Isto, ao meu ver, é um modo útil de explanar, em maiores detalhes, tudo o que está envolvido no conceito e prática da "interpretação teológica" da Escritura. Veja Kevin Vanhoozer, The Drama of Doctrine: A Canonical-Linguistic Approach to Christian Theology (Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2005), 219-226. As citações desta nota são das pp. 219 e 226.
22. Kevin J. Vanhoozer, "Introduction," in Dictionary for Theological Interpretation of the Bible, edited by Kevin J. Vanhoozer, Craig G. Bartholomew, Daniel J. Treier, and N. T. Wright (Grand Rapids: Baker Academic, 2005), 25.
23. Ibid., 23.
24. R. R. Reno, "A Richer Bible," First Things (August/September, 2010), 44.
25. Eu adoto esta linguagem de Thomas Oden que, em seu livro sobre Cristianismo Clássico, declara como sua intenção a apresentação do "ensino ecumênico consensual clássico" da igreja através da história. Veja Thomas Oden, Classic Christianity (New York: HarperCollins, 1992), xiii.
26. Veja, por exemplo, Alvin Plantinga, Warrant and Proper Function (Oxford, 1993), Warrant: The Current Debate (Oxford, 1993), and Warranted Christian Belief (Oxford, 2000).
27. Alvin Plantinga, "Reason and Scripture Scholarship: A Response to Robert Gordon and Craig Bartholomew," in "Behind" the Text, 99.

Fonte: Probe Ministries (www.probe.org)
Tradução: Rodrigo Reis de Faria

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