Michael Gleghorn
O Que é Criticismo
Histórico?
Ao longo da
história do Cristianismo, estudantes da Bíblia têm usado muitos métodos
diferentes para interpretar o texto. Mas, desde o Iluminismo, um método
particular (ou melhor, uma família de métodos) tem sido muito influente,
especialmente na Academia.(1) Estou falando do que é muitas vezes chamado de criticismo
histórico, ou método crítico-histórico de interpretação bíblica.
Então, o que é
criticismo histórico, você pergunta. Embora o termo seja usado em diferentes
sentidos, aqui eu o usarei para se referir a um método de interpretação que
procura ler a Bíblia como um documento puramente humano do passado
distante. Em outras palavras, o método crítico-histórico tipicamente não
considera a Bíblia como divinamente inspirada. Ela é meramente um livro
humano, como qualquer outro, e assim deve ser lida como qualquer outro
livro.(2)
No passado (e,
até certo ponto, hoje em dia também) os estudiosos gostavam de descrever este
método como sendo de caráter "científico", capaz de obter resultados
interpretativos "seguros" e "objetivos". Mas os críticos
contam uma história diferente. Por exemplo, Eta Linnemann, que antes da sua
conversão ao Cristianismo era um acadêmico e patrocinador muito respeitado do
criticismo histórico, afirma que, na prática, o assim chamado caráter
"científico" deste método está baseado em uma suposição a priori do
naturalismo, talvez até do ateísmo. Como Linnemann observa, "a pesquisa é
conduzida ... como se não existisse Deus".(3)
Outro crítico
deste método é o famoso filósofo cristão Alvin Plantinga. Após repassar certos
princípios de investigação histórica que muitos críticos históricos apoiariam,
Plantinga nota que estes princípios são entendidos como se
"impedissem" o envolvimento direto de Deus no mundo.(4) Por causa
disto, ele nota, tais princípios "implicam que Deus na verdade não
inspirou especialmente nenhum autor humano de um modo tal que aquilo que
escreveram fosse realmente um discurso divino dirigido a nós; nem ... realizou
milagres de qualquer outro tipo".(5)
Como tenho
certeza de que você pode ver, ao menos alguns dos resultados deste método
ocorrem simplesmente por causa das suposições que o intérprete traz para o
texto. O problema, porém, é que as suposições são enviesadas contra o
Cristianismo e em favor do naturalismo. Devemos, então, pensar mais
criticamente a respeito do método crítico-histórico. Mas, primeiro, precisamos
de um pouco de contexto sobre como e quando este método se originou.
As Origens do Criticismo
Histórico
Embora muitos
estudiosos tenham ajudado a desenvolver o método crítico-histórico, Johann
Salomo Semler, um teólogo do século dezoito, é em grande parte considerado como
seu "pai".(6) Semler estava primariamente interessado em
"trabalho crítico" sobre o cânon dos escritos bíblicos.(7) Para os
nossos propósitos, o "cânon" pode ser simplesmente considerado como
os livros do Antigo e Novo Testamentos. A Igreja considera estes livros como a
Palavra divinamente inspirada de Deus e, por isso, completamente peremptória
para a fé e prática cristã.
Semler, porém,
considerava estes livros (especialmente os do Antigo Testamento) como sendo em
grande parte de mero interesse histórico. Eles poderiam nos dar alguma
informação interessante sobre a religião do antigo Israel ou (no caso do Novo
Testamento) as crenças da igreja primitiva, mas não podiam ser considerados, ao
menos em sua inteireza, como a Palavra de Deus divinamente inspirada.(8) Por
isso, Semler foi levado a fazer uma distinção entre "as Escrituras e a
Palavra de Deus".(9) Embora a Igreja sempre tivesse considerado as
Escrituras como sendo a Palavra de Deus, Semler fez uma distinção entre elas.
Em sua opinião, "alguns livros pertencem à Bíblia por decisões históricas
de tempos passados, mas não tornam sábio para a salvação".(10) Livros
desta natureza, ele raciocinava, ainda podem ser chamados de
"Escritura" (pois fazem parte do cânon bíblico), mas não são a
Palavra de Deus (pois, em sua visão, não são divinamente inspirados).
Embora o
criticismo histórico continuasse a se desenvolver depois de Semler, é fácil ver
por que muitos o consideram como o "pai" deste método. Em seu próprio
estudo da Bíblia, Semler geralmente desprezava qualquer reivindicação que ela
ou a igreja pudessem fazer a respeito da sua inspiração e autoridade divina, e
procurava, ao invés disso, ler a Bíblia como qualquer outro livro. Na opinião
do teólogo Gerhard Maier, é "a aceitação geral" da visão de Semler
que "afundou a teologia em uma interminável cadeia de perplexidades e
contradições internas".(11) Antes de examinarmos essas dificuldades,
porém, devemos considerar primeiro por que tantos estudiosos dão valor ao
método crítico-histórico.
Alguns Benefícios
Propostos do Criticismo Histórico
Para começar,
virtualmente todos concordam que, quando você está tentando entender um livro
da Bíblia, pode ser útil saber algo a respeito da origem do livro. Quem foi o
autor? Quando ele viveu? Que tipo de coisas estavam acontecendo no tempo em que
o livro foi escrito? O autor foi influenciado por alguma destas coisas, ou
tentou responder a elas de algum modo? Para quem ele estava escrevendo? Como
poderiam tê-lo compreendido? Responder a tais perguntas muitas vezes pode
esclarecer o que o autor estaria tentando comunicar em seu livro. Os críticos
históricos estão certos em ver isto como parte importante do entendimento dos
livros da Bíblia. E quase todo mundo está de acordo neste ponto.(12)
Mais controversos
seriam os princípios de investigação histórica originalmente propostos por
Ernst Troeltsch em um ensaio escrito em 1898.(13) Estes princípios ainda são
geralmente abraçados (embora com algumas modificações) por críticos históricos
modernos.(14) Em poucas palavras, Troeltsch propunha três princípios que podem
ser simplesmente chamados de princípios de criticismo, analogia e
correlação.(15) Embora não haja uma concordância universal sobre como esses
princípios deveriam ser usados na prática real da pesquisa histórica, os
estudiosos crítico-históricos geralmente têm considerado esses princípios como
guias úteis para avaliar criticamente o que está escrito na Bíblia, em seu
esforço de determinar o que realmente aconteceu. Este é considerado um
grande benefício do criticismo histórico. Pois, antes de simplesmente aceitar
acriticamente as reivindicações de um autor bíblico, os princípios de Troeltsch
fornecem algum auxílio em avaliar criticamente esses relatos a fim de se
definir sua credibilidade.(16)
Agora, em certo
sentido isto é recomendável, pois é bom buscar a verdade sobre o que a Bíblia
está tentando nos ensinar. Mas há um problema sobre como esses princípios são
tipicamente entedidos pelos estudiosos crítico-históricos. Como o filósofo
cristão Alvin Plantinga nos lembra, esses estudiosos geralmente tomam esses
princípios à exclusão de qualquer "ação divina direta no
mundo".(17) Ou seja, tais princípios nos proíbem de crer que Deus tenha
intervindo diretamente no mundo que Ele criou. E, para os cristãos, isto representa
uma verdadeira dificuldade com o criticismo histórico.
Alguns Problemas com o
Criticismo Histórico
De acordo com os
estudiosos cristãos Norman Geisler e William Nix, um problema fundamental com o
criticismo histórico é que "ele se baseia em um viés anti-sobrenatural
injustificado, que se sobrepõe aos documentos bíblicos".(18) Isto pode ser
visto facilmente ao se examinar algumas das coisas que têm sido escritas por
proponentes e advogados deste método.
Por exemplo,
Rudolf Bultmann, que estava interessado em "desmitologizar" o Novo
Testamento, escreveu suas famosas palavras: "É impossível usar energia
elétrica... e nos valermos das descobertas médicas modernas... e ao mesmo tempo
crer no mundo de espíritos e milagres do Novo Testamento".(19)
Semelhantemente, outro teólogo escreveu que o que quer que os autores bíblicos
possam ter crido sobre tais coisas, "nós cremos que o povo bíblico
viveu no mesmo" mundo que nós, ou seja, "um mundo que não transpirava
maravilhas divinas, e em que nenhuma voz divina era ouvida".(20)
Agora, se
perguntarmos a esses estudiosos por que devemos pensar que milagres são
inacreditáveis ou impossíveis, geralmente notaremos bem rápido que as respostas
são muitas vezes breves em argumentos e longas em suposições. Ou seja, tais
estudiosos tipicamente apenas assumem que Deus não está diretamente
envolvido no mundo, e que milagres nunca acontecem. Mas, se um Criador pessoal
do universo existe (e existem bons motivos para pensar que sim), então, por que
deveríamos simplesmente assumir que Ele nunca interviria diretamente no
mundo que criou? Tal intervenção dificilmente pareceria impossível. E,
se produzisse um efeito que não aconteceria, caso a natureza fosse deixada
sozinha, então, isto poderia com muita propriedade ser considerado um milagre.
Assim, parece-me
que, se um Deus pessoal existe, então, milagres são possíveis. E, se milagres
são possíveis, então, não é nada mais do que "um preconceito anti-sobrenatural
e injustificado" (como Geisler e Nix afirmam) simplesmente assumir que
os relatos de milagres da Bíblia são todos falsos e inacreditáveis. E, visto
que o criticismo histórico da Bíblia muitas vezes começa com essa suposição,
parece que oferece um método inadequado para ler corretamente a Bíblia.
Uma Alternativa ao Criticismo Histórico
Tendo examinado
alguns problemas com o criticismo histórico, podemos agora considerar uma
alternativa preferível, a saber, a interpretação teológica.(21)
Então, o que é a
interpretação teológica? Do modo como estou usando o termo aqui, é um método de
ler a Bíblia como um cristão, com o propósito "de conhecer a Deus e de ser
formado para a piedade".(22) A interpretação teológica exige uma
explicação sóbria e séria do que o Cristianismo é, acredita e ensina. Ela
procura, então, ler e interpretar a Bíblia como "uma palavra de Deus sobre
Deus".(23)
É um modo
radicalmente diferente de ler a Bíblia daquele praticado pelos críticos
históricos. É claro que, como o teólogo Russell Reno nos lembra,
"obviamente existe uma dimensão histórica" para a verdade encontrada
na Bíblia. "Contudo", continua, "ser cristão é crer que a
verdade encontrada na Bíblia é exatamente a mesma verdade que adentramos por
meio do batismo, a mesma verdade que confessamos em nossos credos, a mesma
verdade que recebemos no pão e vinho da Eucaristia".(24)
Mas o criticismo
histórico procura ler a Bíblia do mesmo modo que alguém leria qualquer outro
livro do mundo antigo. Ele assume que a Bíblia é meramente um livro humano. O
único modo de entender realmente um livro da Bíblia, então, é tentar entender
como se originou e o que o autor original estava tentando dizer.
A interpretação
teológica, por outro lado, não vê a Bíblia como um livro meramente humano. É
claro que ela percebe que cada um dos livros bíblicos tem um autor humano. Mas
ela também insiste, juntamente com o ensino consensual da comunidade cristã,
que cada um destes livros também tem um autor divino.(25) Assim, ela vê a
Bíblia como um documento divinamente inspirado.
Será este um modo
legítimo de ler a Bíblia? Alvin Plantinga escreveu extensamente sobre a teoria
do conhecimento.(26) De acordo com ele, o estudioso bíblico que também é
cristão "tem o pleno direito de assumir a crença cristã ao seguir suas
investigações". Fazer isto, diz ele, é tão legítimo como assumir os
princípios do criticismo histórico.(27) Na verdade, para o cristão é
indiscutivelmente melhor – pois permite que leiamos a Bíblia em continuidade
com a tradição e a fé que professamos e cremos.
Uma Alternativa ao Criticismo Histórico
Tendo examinado
alguns problemas com o criticismo histórico, podemos agora considerar uma
alternativa preferível, a saber, a interpretação teológica.(21)
Então, o que é a
interpretação teológica? Do modo como estou usando o termo aqui, é um método de
ler a Bíblia como um cristão, com o propósito "de conhecer a Deus e de ser
formado para a piedade".(22) A interpretação teológica exige uma
explicação sóbria e séria do que o Cristianismo é, acredita e ensina. Ela
procura, então, ler e interpretar a Bíblia como "uma palavra de Deus sobre
Deus".(23)
É um modo
radicalmente diferente de ler a Bíblia daquele praticado pelos críticos
históricos. É claro que, como o teólogo Russell Reno nos lembra,
"obviamente existe uma dimensão histórica" para a verdade encontrada
na Bíblia. "Contudo", continua, "ser cristão é crer que a
verdade encontrada na Bíblia é exatamente a mesma verdade que adentramos por
meio do batismo, a mesma verdade que confessamos em nossos credos, a mesma
verdade que recebemos no pão e vinho da Eucaristia".(24)
Mas o criticismo
histórico procura ler a Bíblia do mesmo modo que alguém leria qualquer outro
livro do mundo antigo. Ele assume que a Bíblia é meramente um livro humano. O
único modo de entender realmente um livro da Bíblia, então, é tentar entender
como se originou e o que o autor original estava tentando dizer.
A interpretação
teológica, por outro lado, não vê a Bíblia como um livro meramente humano. É
claro que ela percebe que cada um dos livros bíblicos tem um autor humano. Mas
ela também insiste, juntamente com o ensino consensual da comunidade cristã,
que cada um destes livros também tem um autor divino.(25) Assim, ela vê a
Bíblia como um documento divinamente inspirado.
Será este um modo
legítimo de ler a Bíblia? Alvin Plantinga escreveu extensamente sobre a teoria
do conhecimento.(26) De acordo com ele, o estudioso bíblico que também é
cristão "tem o pleno direito de assumir a crença cristã ao seguir suas
investigações". Fazer isto, diz ele, é tão legítimo como assumir os
princípios do criticismo histórico.(27) Na verdade, para o cristão é
indiscutivelmente melhor – pois permite que leiamos a Bíblia em continuidade
com a tradição e a fé que professamos e cremos.
Notas
1. Gregory Dawes,
por exemplo, nota que tanto o criticismo da forma como o criticismo da redação
cairiam sob o guarda-chuva do criticismo histórico. Veja Gregory
Dawes, "'A Certain Similarity to the Devil': Historical Criticism and
Christian Faith," in Interdisciplinary Perspectives on the Authority of
Scripture: Historical, Biblical, and Theoretical Perspectives, ed. Carlos R.
Bovell (Eugene, OR: Pickwick Publications, 2011), 354.
2. Benjamin
Jowett, "On the Interpretation of Scripture," in Josephine M. Guy,
The Victorian Age: An Anthology of Sources and Documents. n.p.: Routledge,
1998. eBook Collection (EBSCOhost), EBSCOhost (accessed February 9, 2013), 295.
3. Veja Eta
Linnemann, Historical Criticism of the Bible: Methodology or Ideology? trans.,
Robert Yarbrough (Grand Rapids: Kregel, 2001), 84.
4. Alvin
Plantinga, "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in
"Behind" the Text: History and Biblical Interpretation, edited by
Craig Bartholomew, C. Stephan Evans, Mary Healy and Murray Rae (Grand Rapids:
Zondervan, 2003), 33.
5. Ibid.
6. James C.
Livingston, Modern Christian Thought: The Enlightenment and the Nineteenth
Century, 2nd ed. (Minneapolis: Fortress Press, 2006), 29.
7. Ibid.
8. Peter
Stuhlmacher, Historical Criticism and Theological Interpretation of Scripture:
Toward a Hermeneutics of Consent (Philadelphia: Fortress Press, 1977), 38-40.
9. Edgar Krentz,
The Historical-Critical Method (Eugene, OR: Wipf and Stock, 2002), 19.
10. Ibid.
11. A primeira
sentença do livro de Maier declara: "A aceitação geral do conceito básico
de Semler de que a Bíblia deve ser tratada como qualquer outro livro afundou a
teologia em uma corrente de perplexidades e contradições internas sem
fim". Veja Gerhard Maier, The End of the Historical-Critical Method, trans.,
Edwin W. Leverenz and Rudolph F. Norden (Eugene, OR: Wipf and Stock, 2001), 11.
12. Plantinga,
fazendo eco à linguagem de Robert Gordon, admite que poderíamos nos referir à
tentativa de responder a tais questionamentos como uma forma
"autorizada" de criticismo bíblico histórico. Veja Alvin Plantinga,
"Reason and Scripture Scholarship: A Response to Robert Gordon and Craig
Bartholomew," in "Behind" the Text, 94.
13. Para os
interessados neste ensaio, vejam Ernst Troeltsch, "Historical and Dogmatic
Method in Theology (1898)," trans. E. Fischoff, rev. W. Bense in Religion
in History-Ernst Troeltsch: Essays, trans. J. L. Adams and W. F. Bense
(Edinburgh: T. & T. Clark, 1991).
14. Edgar Krentz
declara: "Os historiadores contemporâneos usam os três princípios de
Troeltsch, mas com significativas modificações" (The Historical-Critical
Method, 56). Contudo, não parece necessário qualificar as modificações dos
princípios de Troeltsch por estudiosos crítico-históricos praticantes com o
adjetivo "significativas", pois (até certo ponto, na minha opinião) eles
são geralmente mais severos ao avaliar criticamente as fontes com que estão
lidando do que o historiador mediano é com as suas.
15. Para duas
discussões muito úteis dos princípios de Troeltsch, veja a discussão de Alvin
Plantinga sobre o "Troeltschian HBC" in "Two (or More) Kinds of
Scripture Scholarship," in "Behind" the Text, 31-35, bem como a
discussão de Gregory Dawes in "'A Certain Similarity to the Devil':
Historical Criticism and Christian Faith," in Interdisciplinary
Perspectives on the Authority of Scripture, 358-70. Embora Plantinga
e Dawes cheguem a conclusões diferentes sobre se e como os princípios de
Troeltsch podem ser legitimamente empregados, vale muito a pena ler ambas as
discussões.
16. Stuhlmacher,
Historical Criticism and Theological Interpretation of Scripture, 45.
17. Alvin
Plantinga, "Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in
"Behind" the Text, 33.
18. Norman L.
Geisler and William E. Nix, A General Introduction to the Bible: Revised and
Expanded (Chicago: Moody Press, 1986), 440.
19. Rudolf
Bultmann, "New Testament and Mythology," in Kerygma and Myth, editado
by Hans Werner Bartsch (New York: Harper and Row, 1961), 5.
20. Langdon
Gilkey, "Cosmology, Ontology, and the Travail of Biblical Language,"
reprinted in Owen C. Thomas, ed., God's Activity in the World: the Contemporary
Problem (Chico, CA: Scholar's Press, 1983), 31; citado in Alvin Plantinga,
"Two (or More) Kinds of Scripture Scholarship," in "Behind"
the Text, 34.
21. Kevin
Vanhoozer define "interpretação teológica" como "o processo de
manter as práticas canônicas vivas e bem na comunidade dos crentes". Um
pouco mais adiante, ele descreve uma "prática canônica" como um "uso
divinamente autorizado da linguagem e literatura, que, quando aprendida,
apresenta e forma a Cristo". Como exemplos de "prática
canônica", ele discute, primeiro, a interpretação tipológica, ou
cristológica, do Antigo Testamento à luz da pessoa e obra de Jesus Cristo e, em
segundo lugar, a oração. Ele conclui sua discussão notando: "os cristãos
aprendem a falar sobre, a pensar sobre, e a viver para Deus interiorizando as
diversas práticas canônicas que abrangem as Escrituras. Participando de tais
práticas – interpretando figurativamente, orando ao Pai, e assim por diante –
os cristãos crescem na fé para o entendimento". Isto, ao meu ver, é um
modo útil de explanar, em maiores detalhes, tudo o que está envolvido no
conceito e prática da "interpretação teológica" da Escritura. Veja Kevin
Vanhoozer, The Drama of Doctrine: A Canonical-Linguistic Approach to Christian
Theology (Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2005), 219-226. As
citações desta nota são das pp. 219 e 226.
22. Kevin J.
Vanhoozer, "Introduction," in Dictionary for Theological
Interpretation of the Bible, edited by Kevin J. Vanhoozer, Craig G.
Bartholomew, Daniel J. Treier, and N. T. Wright (Grand Rapids: Baker Academic,
2005), 25.
23. Ibid., 23.
24. R. R. Reno,
"A Richer Bible," First Things (August/September, 2010), 44.
25. Eu adoto esta
linguagem de Thomas Oden que, em seu livro sobre Cristianismo Clássico, declara
como sua intenção a apresentação do "ensino ecumênico consensual
clássico" da igreja através da história. Veja Thomas Oden,
Classic Christianity (New York: HarperCollins, 1992), xiii.
26. Veja, por
exemplo, Alvin Plantinga, Warrant and Proper Function (Oxford, 1993), Warrant:
The Current Debate (Oxford, 1993), and Warranted Christian Belief (Oxford,
2000).
27. Alvin
Plantinga, "Reason and Scripture Scholarship: A Response to Robert Gordon
and Craig Bartholomew," in "Behind" the Text, 99.
Tradução: Rodrigo Reis de Faria